Mais 7 histórias dos 6 títulos que compõem esta nova fase da revista mensal Avante Vingadores!, lembrando que, efetivamente, nenhuma destas hqs é de Vingadores…
. Nível de spoilers: só para contextualizar, leia sem medo que nenhuma história será comprometida.
Esquadrão Supremo #3
Falcão Noturno está encurralado pelo Esquadrão Unidade de Steve Rogers, mas não por muito tempo. É bacana ver a prontidão com que seus colegas de equipe respondem ao chamado, e logo os dois esquadrões estão se atracando. Antes, Hypérion tem um breve diálogo com Rogers, um bem-vindo cuidado do autor considerando que ambos foram membros essenciais na já clássica formação dos Vingadores da era pré-Guerras Secretas. Pela mesma razão, a Doutora Espectro procura justificar a execução de Namor mas, coerentemente com o que se espera de uma equipe de heróis genuínos, um crime é um crime e os Fabulosos Vingadores partem para cima do Esquadrão Supremo. James Robinson procura se divertir e levar o leitor junto na viagem, usando com categoria o fator novidade da Sinapse – inclusive para o próprio Falcão Noturno – e as tiradas amalucadas de Deadpool, mas confesso que estranhei a mega-hiper-velocidade que Mercúrio e Vulto demonstram. Talvez eu tenha perdido as últimas atualizações de poder do Pietro, mas ele nunca foi de alcançar velocidades nível Flash certo? Quanto ao Vulto, deve ter passado por algum boost também porque originalmente a proposta dele e de seus colegas do PN7 (da realidade do Novo Universo) era de poderes leves, sem exageros, mais “realistas”. Enfim, não gostei da volta ao mundo em poucos segundos da dupla de velocistas e muito menos do resultado. No mais, a batalha é interrompida duas vezes e o Esquadrão Supremo parece que vai conhecer um mundo bem… estranho! Leonard Kirk desenha belas splash pages, especialmente a última, mas também entrega alguns quadros mal resolvidos na composição. Esta HQ continua acima da média, embora no geral tenha achado este o capítulo menos interessante até o momento. Vamos ver se recupera o nível superior de antes.
Nota: 7,0.
Capitã Marvel #3
Minha impressão sobre o principal problema deste título parece se confirmar a cada nova leitura e releitura: Michele Fazekas e Tara Butters não conseguem impor emoção alguma no decorrer da história. Nem com a Capitã Marvel, nem com seu enorme – e até interessante – elenco de apoio. Outro grande incômodo é com os diálogos: todos parecem ter a mesma “voz”, isto é, falta personalidade e carisma para estes heróis. De verdade, falta aquele toque criativo que permite o engajamento do leitor. Esta é uma HQ genérica, que dificilmente entrará na memória dos fãs da Marvel ou da Carol Danvers. Desta vez há poucas piadinhas e parece que a tensão vai aumentar com o mistério da nave alienígena capturada, mas as descobertas são todas bem pouco interessantes e no final das contas temos a impressão de que o potencial com o conceito da Capitã e sua Tropa Alfa está sendo completamente desperdiçado. Nem o bom time artístico de Kris Anka, Felipe Smith e Matthew Wilson consegue melhorar as coisas.
Nota: 4,5.
Incrivelmente Sensacional Hulk #3
“Maddy, eu gosto do seu irmão mas, quando Amadeus vira o Hulk, todos os hormônios adolescentes idiotas dele piram!” – essa frase, de Jennifer Walters, mais conhecida como a Sensacional Mulher-Hulk, é um pequeno exemplo de como esta HQ tem consciência das radicais diferenças que seu jovem e Incrivelmente Sensacional Hulk tem em relação a Bruce Banner. Em todos os momentos, estamos acompanhando situações inovadoras, com novos e velhos personagens em boa harmonia e uma arte de primeira linha. Esta é uma HQ divertida, leve, sem puxar para o drama, ódio ou destruição desenfreada…. embora haja muita pancadaria sim, como é de se esperar em um título-Hulk, é sincera em sua proposta. Contudo, pelas repercussões na web parece difícil para grande parte dos fãs do Hulk Clássico compreender que não é uma questão de comparar A com B. É como o Homem-Aranha clássico, Peter Parker, ser melhor ou pior do que o Homem-Aranha novo, Miles Morales. São personagens diferentes, apenas com nomes e origens conectadas. “Ah, mas os dois Aranhas estão convivendo, enquanto o Hulk Banner foi deixado de lado!” Oras, desde quando essas situações são permanentes nos universos de heróis? É válido afastar um dos ícones da Casa das Ideias por alguns anos sim, isso costuma dar bons frutos quando retorna. Aconteceu com X-Men nos anos 70 e foi um sucesso. Idem com o Thor nos anos 2000. Está acontecendo com Wolverine e também com o Quarteto Fantástico. Lógico que mais cedo ou mais tarde todos estarão com novas histórias. Então, porque não tentar baixar as resistências e curtir as novidades?
Desta vez, Amadeus precisa enfrentar uma criatura verdadeiramente poderosa, Fin Fang Foom, retratado em toda sua colossal glória por Frank Cho. Não há uma explicação clara para a aparição do monstro alienígena, e isso de verdade pouco importa na trama, mas o duelo é um desafio que vai exigir mais do que músculos do novo Hulk. Enquanto isso, Madame Devassa, a Rainha Monstro do planeta de Seknarf Nove aguarda o desfecho da batalha para decidir sua próxima atitude com nosso jovem herói esmeralda.
Nota: 7,0.
Os Supremos #3
Parece que Al Ewing & Cia não reduzirão o nível de ambição criativa tão cedo. Após os espetaculares acontecimentos relacionados a Galactus nas duas edições anteriores, os Supremos dirigem seu olhar para o problema do “Tempo Fraturado” – uma questão já tratada em outras histórias e eventos dos últimos anos, como A Era de Ultron, Hulk Agente do Tempo, os jovens X-Men originais vivendo no presente, A Batalha do Átomo, entre outros. Sem dúvida, é algo importante e novamente um problema em escala universal que esta equipe decide resolver. Carol Danvers e Marvel Azul são os motores desta nova aventura. Vale acrescentar que a Capitã Marvel aqui é muito mais interessante do que na sua série solo. Outro aspecto digno de nota é que Adam Brashear de certa forma assume o vácuo deixado pelo sumiço de Reed Richards. Apesar de imensamente poderoso, é o intelecto de Brashear quem conduz os Supremos para jornadas impossíveis. Kenneth Rocafort e Dan Brown novamente abusam dos painéis e cores vibrantes e inesperados. Um problema para os leitores brasileiros é, sem dúvida, o cliffhanger. Que eu saiba a minissérie solo com a origem do Marvel Azul não foi publicada pela Panini e, portanto, muita gente não vai entender a importância desta última página. No mais, outra ótima edição dos Supremos.
Ah, quem tiver interesse pelas origens do Marvel Azul clique aqui.
Nota: 8,5.
Força-V #3 e #4
A equipe das heroínas Mulher-Hulk, Medusa, Capitã Marvel, Cristal e Nico, reunidas desde a chegada da Singularidade, continuam tentando deter a misteriosa entidade cósmica Antimatéria. Kelly Thompson assume a linha de frente nos roteiros, ainda em associação com G. Willow Wilson e, apesar de o roteiro melhorar em relação ao capítulo anterior (pelo menos há um plano minimamente coerente em ação), os diálogos e, sobretudo, a atitude das super heroínas continuam bem exagerados e completamente distantes do que se esperaria delas. Medusa irritantemente arrogante, Nico meio insegura, meio engraçadinha, Carol Danvers apática e, de novo, porque ela não chama seus colegas dos Supremos para acabar com a ameaça? Por essas e outras que esta equipe parece simplesmente desnecessária.
Pelo menos Cristal, que até a edição #3 estava amarga e mal-humorada, tem algum desenvolvimento coerente. No final das contas, o primeiro arco fecha de maneira parcialmente satisfatória. Jorge Molina e Laura Martin ajudam ao produzir um trabalho competente, mas ainda assim nada memorável. Sabe-se que este é um título cancelado nos EUA, mas esperava algo mais interessante.
Nota: 5,0.
Homem-Formiga #3
Outra edição impecável com a nova fase de Scott Lang em Miami, desta vez com uma divertida parceria com o novo Capitão América, Sam Wilson. Nick Spencer tem uma precisão cirúrgica nos diálogos, um roteiro coeso, com os tempos certos para cada cena, o tom para cada voz, inclusive dos vilões, como o impagável Mecanus. É incrível como o autor sabe brincar com o absurdamente vasto catálogo de personagens do Universo Marvel. Além da chegada do Corretor de Poder, como um dos nêmesis do Homem-Formiga, em versão atualizada e com um plano inteligente, há diversas surpresas que leitores das antigas vão curtir, e os novatos provavelmente ficarão intrigados. Para fechar mais uma ótima edição, se em Avante Vingadores #2 tivemos o retorno da namorada heroica de Scott, Darla Deering, desta vez temos uma outra ex que vai certamente complicar ainda mais sua vida. Ramon Rosanas está seguro na arte, com páginas muito bem planejadas e um traço clean, bonito, elegante, com certeza uma das grandes razões que tornam este um dos mais sólidos runs da atual Marvel.
Nota: 8,0.
Nota Final para esta Edição: 6,6.