Action Comics #1 – Panini Comics

As duas opções de capas para Action Comics #1

Resenha da primeira edição brasileira de Action Comics, que traz histórias do Superman, parte da iniciativa Renascimento DC.

. Volume de Spoilers: moderados.

Curiosamente, o título que deu início à Era dos Super-Heróis dos quadrinhos, Action Comics, nunca teve sua versão brasileira, nem mesmo com título em português. A Panini finalmente preenche essa lacuna com este lançamento.

Assim como fez com grande parte dos novos títulos regulares da Totalmente Diferente Nova Marvel, a editora decidiu investir em mensais com 100% de material do próprio titular de várias revistas DC. Action Comics é, desde junho de 1938, a casa original do Superman nos EUA. Funcionará aqui no Brasil como título-irmão da outra mensal do personagem, que também já está nas bancas. Assim, pela primeira vez, acredito, teremos duas mensais com histórias novas do Superman e duas do Batman – a própria Batman e Detective Comics.

Esta primeira edição da Action Comics brasileira contém as americanas #957 e #958 – a DC Comics não lançou um one-shot específico para este título – e mostram uma situação inusitada: Lex Luthor da terra dos Novos 52 decide assumir o legado do recém-falecido Superman (para saber mais sobre a morte do Superman dessa realidade, procure o encadernado Fim dos Dias, publicado em março de 2017). Em uma ação orquestrada por uma misteriosa figura, Luthor salva pessoas em frente à polícia e às câmeras de TV.

É aí que o Superman Pós-Crise (aquele da origem recontada por John Byrne em 1986 na sequência de Crise nas Infinitas Terras e que estava sumido desde o começo dos Novos 52, voltando exatamente em Fim dos Dias…ufa! realmente é confuso, camarada!) decide intervir e tirar satisfações com seu arqui-inimigo. Outro personagem relevante “ressurge” no mesmo local (não vamos estragar essa que realmente é intrigante), ao lado de um atônito Jimmy Olsen.

Contudo, a “conversa” entre Superman e Luthor é violentamente interrompida pela aparição de um vilão ultrapoderoso – isto não vai ser spoiler porque está na capa, ok? – que aparentemente também é do universo Pós-Crise. Sim, é mesmo Apocalypse, a monstruosa máquina de destruição que conseguiu matar o herói no clássico A Morte de Superman, de 1992, e que reapareceu algumas outras vezes nestes longos 25 anos.

O veteraníssimo Dan Jurgens, na ativa há três décadas e autor da Morte de Superman, é o roteirista escalado para esta nova fase de Action Comics. Esta publicação, como o próprio nome entrega, sempre procurou trazer histórias com ênfase em ação e aventura, e são as batalhas que, de fato, dominam esta revista.

Jurgens tem muita experiência com estes personagens, mas não traz nada de original. O roteiro é previsível e, salvo a misteriosa figura encapuzada já mencionada, traz um gosto de deja vu, especialmente para os leitores DC das antigas. Sim, sabe-se que a proposta de Renascimento é, em grande parte, retomar os conceitos e personagens clássicos. O problema dessa escolha é que, às vezes, isso é o caminho mais curto para uma história completamente previsível. Afinal, diante de todo o contexto, fica claro que Apocalypse, desta vez, será uma ameaça perfeitamente contornável. É legal ler HQs de heróis repletas de batalhas e revelações, mas o resultado final de Action Comics #1, pelo menos por enquanto, não é muito empolgante.

Splash Page de Patrick Zircher traz um Superman clássico

O que valoriza enormemente a leitura é o excelente Patrick Zircher, desenhista que cuida das duas histórias desta revista. Também veterano, com várias passagens pela DC, Marvel e Valiant, é um daqueles poucos artistas surgidos na era Image (meados dos anos 1990) que efetivamente conseguiu evoluir sua arte – de mera cópia mal-feita de Jim Lee para algo pessoal, poderoso e com uma narrativa muito boa, embora sem riscos. Suas splash pages são bem dosadas e impactantes, os disparos da armadura de Luthor ganham energia, as cenas em família de Lois Lane e seu filho Jon evocam carinho e seu Superman tem, de fato, a aura dos clássicos. Talvez isso basta, por enquanto.

Nota 6,5.

Mulher-Maravilha #1 – Panini Comics

As duas capas da MM #1

Resenha: nesta estréia da Mulher-Maravilha na nova fase Renascimento DC, temos uma abordagem diferente da personagem e de seu elenco de apoio em uma HQ mediana, mas com grande potencial.

. Volume de spoilers: mínimos.

A Panini acertadamente encaixou tanto a edição especial (one-shot) Wonder Woman: Rebirth, que serviu basicamente para apresentar o novo status quo da personagem, quanto sua continuação direta, a edição #1 da própria série regular Wonder Woman, onde a história começa de fato.

Ambas as revistas foram escritas por Greg Rucka, um dos grandes nomes dos quadrinhos atuais, em atividade desde a década de 1990, com muitos trabalhos autorais e longas passagens na Marvel e na DC, incluindo uma elogiada fase da própria Mulher-Maravilha.

A primeira história basicamente é um “monólogo” de Diana – algo incomum em histórias de super-heróis, e dá para entender o porquê. Ela está em seu apartamento em Paris, subitamente questionando a “história”, que “continua se alterando”, tanto a da sua vida como do próprio mundo. Suas memórias estão confusas e está aflita por não conseguir discernir qual a verdadeira realidade. Tirando um pequeno momento de ação no começo e outro no final, a história em si é algo vazia, como a própria crise existencial da heroína. Abordagem curiosa, mas não empolga.

É preciso esclarecer – especialmente para os leitores que estão começando a acompanhar as revistas da Mulher-Maravilha agora – que as lembranças confusas às quais ela se refere condizem com diferentes origens da personagem em fases distintas da história do Universo DC. É até usual que os personagens mais antigos dessa editora tenham diversas origens (ao contrário da Marvel, que no geral mantém uma única origem e uma só linha do tempo), então de fato o entendimento pode ficar um pouco confuso. O autor sabe disso e aproveita essa característica para que a heroína questione sua existência. Para quem já leu essas outras fases, talvez o apelo desse enfoque seja maior. Ou não.

Há um momento interessante nessa história envolvendo o Laço da Verdade, mas no geral pouca coisa acontece, além do que foi dito. Os desenhos são na maior parte de Matthew Clark, que tem um traço limpo, correto, mas sem brilho, e algumas páginas do Liam Sharp, de quem falaremos mais adiante.

Na segunda história, temos duas tramas correndo em paralelo. Além da continuação da “busca pela verdade” que a Princesa Diana começa a empreender, o que a leva até a África, temos a de seu ex-namorado, o militar Steve Trevor, que está em missão na… África. A propósito, no mesmo país e no mesmo momento que a Princesa. Coincidência? Intervenção Divina? Conhecemos também um pouco da organização ESTACA e sua comandante, Etta Candy, coadjuvante de outras fases que aqui é chefe de Trevor e, impossível deixar de notar, tem uma personalidade e aparência muito próximas da Amanda Waller na fase Pós-Crise.

Trevor e sua equipe enfrentam uma espécie de milícia, nada muito original, sendo que, por um momento, parece até aquele velho cliché preconceituoso do soldado-branco-americano-vai-salvar-africanos-deles-mesmos, mas vamos dar o benefício da dúvida à equipe criativa e acompanhar o desenvolvimento dessa subtrama.

Diana nas selvas africanas garante imagens impressionantes, especialmente as paisagens e as feras. O veterano desenhista Liam Sharp é bom, consegue poses poderosas mas um exame cuidadoso de seu trabalho aponta alguns problemas, desde a falta de imaginação na quadrinização e na composição das cenas, até suas pouco convincentes expressões faciais de espanto ou tristeza. O último quadro é um grande acerto, tanto visualmente quanto na criação de um gancho intrigante para a continuação. As cores sóbrias de Laura Martin ajudam a criar um clima estranhamente soturno para uma HQ da personagem, mas no geral o conjunto artístico nesta segunda parte funciona muito bem.

Pelo que soubemos, Rucka vai apresentar nesta revista um versão “definitiva” para a origem da Mulher-Maravilha. Essa história focada no passado da Princesa será intercalada com a aventura do presente que começou aqui, na África, e provavelmente Steve Trevor terá uma grande importância na trama. O ritmo até o momento é lento e introspectivo, mas bem contado, embora não tenha achado a proposta em si muito interessante. A ideia da dúvida, da falta de memórias confiáveis, da conexão com Themyscira e da busca pela verdade até pode gerar uma grande história, mas o começo é lento e há muitos lugares-comuns, inclusive na arte.

Impossível deixar de citar, também, que há uma breve abordagem feminista nas duas histórias: tanto a Mulher-Maravilha quanto Steve Trevor enfrentam grupos de homens que abusam de mulheres. Não sabemos se esses criminosos terão outros desdobramentos, inclusive com a nova origem e a “história que se altera”, que tanto perturba Diana, mas certamente o autor voltará aos temas nas próximas edições.

A quarta capa traz uma pin-up belíssima da Princesa Amazona desenhada por Frank Cho.

A imponente Mulher-Maravilha de Frank Cho

Nota: 7,5.

Resenha de Universo DC Renascimento – Panini Comics

A já clássica capa de Gary Frank

A partir desta edição especial, a nova fase do Universo DC chega ao Brasil cercada de expectativas. Além de impulsionar as vendas da editora, a ponto de conseguir ultrapassar a arquirrival Marvel durante dois meses e praticamente equilibrar o mercado até o momento, é muito elogiada pelos fãs e boa parte da crítica.

. Volume de Spoilers: leves.

Ao publicar este post, a Panini já lançou – pelo menos aqui em São Paulo – as primeiras edições das novas mensais Superman, Action Comics, Batman, Detective Comics, Mulher-Maravilha, Lanterna Verde e Liga da Justiça. Em breve, começarão a chegar encadernados com outros personagens.

Quando saiu nos EUA, este revista foi a mais vendida para o mês de maio/2016, à frente de Civil War II #0. Escrita por Geoff Johns, atual Diretor Criativo da DC, e desenhada por um quarteto dos principais artistas da casa, Gary Frank, Ivan Reis, Ethan Van Sciver e Phil Jimenez, esta história é, de fato, um Prólogo do Renascimento, e foca em um personagem querido por muitos fãs mas que não foi utilizado durante a Fase dos Novos 52.

Para quem – assim como eu – não acompanhou de perto esse período, que no Brasil começou em agosto de 2012 e termina agora, cerca de 5 anos depois, é importante ressaltar que esta história começa dentro da realidade dos Novos 52, e lida com alguns de seus fatos recentes, como a morte do Superman. Ou seja, é uma continuação mas, como todos os títulos foram zerados, algumas equipes criativas e as abordagens e conceitos dos personagens foram repensadas, é um momento adequado para novos leitores. Pode-se definir Renascimento, portanto, como um soft reboot.

Ciente disso, é compreensível entender porque Johns coloca alguns elementos dos Novos 52 ao longo da narrativa. Não chega a inviabilizar o entendimento da história, mas confesso que me incomodou um pouco. Contudo, o roteirista não perde o foco: o ponto central é em torno de um dos Flash, que tenta desesperadamente escapar da “zona de aceleração” – que aparentemente está destruindo sua essência – e voltar para a Terra. Para isso, ele só precisa encontrar alguém que tenha um forte vínculo com ele. Em sua busca desesperada, encontraremos outros ícones da DC: alguns óbvios, outros nem tanto. Batman tem uma participação breve, mas essencial, por conta de uma descoberta que, lógico, vai ter desdobramentos por muitos e muitos meses. A propósito, é claramente uma mudança de status que vai repercutir fortemente em suas duas novas revistas (Batman e Detective Comics).

Como todo bom Prólogo pede, o roteiro é instigante e muito bem construído. Depois de tanto tempo trabalhando fielmente para a editora, e com seu histórico de renovar competentemente múltiplos personagens, heróis e vilões, é fácil perceber que o autor está em terreno familiar. Há cenas cuidadosamente pensadas para agradar aos leitores da “velha guarda”, muitos dos quais se afastaram durante os Novos 52. A maior parte desses momentos funciona bem. Johns só escorrega quando exagera no melodrama, o que acende o sinal amarelo da pieguice, lembrando aqueles momentos muito açucarados de Chris Claremont nos quadrinhos dos X-Men da década de 90. Sei que é uma característica do autor e há quem goste mas, fica difícil negar que, em 2017, esse tipo de texto pode soar datado e clichê. Para o comprador casual, é importante notar que muitos dos clichês do gênero “super-heróis” e, mais precisamente, da própria DC, aparecem constantemente aqui. Quem não curte essa sensação de deja vu e tem a esperança de encontrar algo original em Renascimento, pode esquecer… como a proposta gira em torno do resgate de uma certa “mitologia perdida ou adulterada” pelos últimos anos, esta é uma história eminentemente convencional do gênero. Muito bem contada, mas repleta de situações típicas do formato clássico dos comics.

A esta altura, também, quase todo mundo está ciente qual “universo intocado de personagens” Johns decidiu resgatar com o Renascimento. Infelizmente, como eu também sabia antes de ler esta revista da Panini, boa parte da graça dessa revelação já estava perdida. Imagino como foi muito mais impactante para os leitores americanos um ano atrás. Se você por acaso ainda não sabia, ótimo! Vai levar um soco no estômago ou, ao menos, vai ficar coçando a cabeça por um bom tempo.

Em termos de arte, Reis, Sciver, Jimenez e Frank são profissionais tarimbados e entregam um material de alta qualidade. Particularmente, preferi as páginas dos dois últimos listados acima, mais marcantes e até originais.

A edição da Panini ainda inclui uma introdução por Diane Nelson, a VP da editora, e vários extras abordando as futuras publicações, com entrevistas, sketches, sinopses das mensais, etc.

A capa cartonada e o pacote completo fazem de Universo DC Renascimento uma compra obrigatória para qualquer fã da editora, ou para aqueles que, como eu, haviam deixado a DC de lado e estavam aguardando um momento oportuno e instigante para voltar a ler histórias com estes fantásticos personagens.

Nota: 8,5.

Lendo Quadrinhos da DC

Status

Quem frequenta o Blog pode achar que praticamente só leio Marvel, o que não é verdade. Leio mais Marvel, mas também materiais de outras editoras americanas de heróis e, claro, leio outros gêneros de HQs também. Mas, tenho mesmo me concentrado em resenhar materiais da Marvel. Agora, com a chegada da fase Renascimento, voltei a ler tudo dessa DC, pelo menos para conhecer. Em breve, publicarei várias resenhas desses títulos.

Resenha de O Cavaleiro das Trevas A Última Cruzada – Panini Comics

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A Panini publicou este one-shot do Batman no final de 2016, e faz parte da “realidade” criada por Frank Miller em sua obra seminal, O Cavaleiro das Trevas, de 1986. A DC Comics está atualmente desenvolvendo nos EUA – e a Panini, aqui no Brasil – uma segunda continuação dessa clássica minissérie, chamada simplesmente de O Cavaleiro das Trevas III, e aproveitou o momentum para lançar esta edição especial.

. Volume de Spoilers: leves.

Com argumento e roteiro do próprio Frank Miller, em parceria com o premiado Brian Azzarello – o mesmo co-autor da atual minissérie, A Última Cruzada conta como foram os últimos dias da dupla Batman e Robin, sendo que na época o menino prodígio era vivido pelo petulante Jason Todd. Ou seja, esta revista é, de fato, um (ótimo) prelúdio para O Cavaleiro das Trevas I.

A história mostra um veterano Bruce Wayne se lamentando pelos efeitos da idade em seu corpo, ao mesmo tempo em que começa a se incomodar com o comportamento excessivamente agressivo de seu parceiro, Jason, nas missões. Isso o atormenta tanto, que passa a ter dúvidas se o rapaz teria o perfil ideal para substituí-lo futuramente. Como de costume, Alfred serve de conselheiro, confidente e amigo de Wayne em vários momentos, trazendo uma boa dose de humanismo para ambos os personagens.

Enquanto isso, apesar do Coringa ser novamente encarcerado pela dupla, outra ameaça aparece em Gotham City, que trará uma pequena dose de mistério e uma grande quantidade de dor e sangue para os heróis.

Além de apresentar o desfecho esperado (claro, para quem sabe o que vai acontecer com o menino prodígio), que justifica o título desta HQ, o roteiro é envolvente, os diálogos são muito adequados para cada personagem e há de fato uma tensão palpitante em toda a história. Ressalta-se que aparecem também outros vilões do elenco tradicional do Batman que ainda não tinham sido usados nas minisséries desta realidade, sendo um deles com uma presença selvagem, brutal e inesquecível. Dizem que Azzarello é o principal arquiteto das histórias da dupla, o que torna ainda mais impressionante sua capacidade de capturar com perfeição o estilo de frases do Miller.

O desenhista escalado para ilustrar este violento conto policialesco é o superstar John Romita Jr. O outrora exclusivo artista da Marvel está há quase dois anos na DC e, pelo visto, está gostando. Sim, ele não tem o apreço de muitos leitores (ao que me consta, esse sentimento é maior no Brasil do que nos EUA), que geralmente o criticam pelos formatos quadrados dos corpos ou pelo pouco “realismo” de seus personagens mas, não há como negar, seu estilo se encaixa muito bem no universo de Dark Knight.

Afinal, não é segredo que Romita Jr. foi influenciado pelo próprio lápis de Frank Miller durante seu amadurecimento como artista, nem tanto pela composição ou layout das páginas, mas mais pela anatomia humana. Sempre achei interessante que tais críticas não se dirigiam também ao mestre Miller. Embora hoje em dia ele não tenha mais o mesmo olho e mãos de outrora, seu estilo no auge sempre foi também econômico nos detalhes anatômicos e altamente estilizado, ou “quadrado”, bastante similar ao de Romita.

Neste trabalho, chama atenção as boas cenas de ação, especialmente a coreografia das lutas, mas também os painéis restritos às “cabeças falantes”, recurso que Miller usou e abusou em sua primeira minissérie e que acertadamente é trazida aqui como elemento de ligação estética das revistas desta realidade. As talking heads surgem em vários trechos com o Coringa e o Batman, mas também no formato de programas de TV, com aqueles comentaristas sarcásticos típicos que surgiram em O Cavaleiro das Trevas I e que nunca mais deixaram de aparecer nos quadrinhos do Batman (e além). São momentos aparentemente simples, mas que muitos artistas têm enorme dificuldade em torná-los interessantes. O veterano John Romita Jr., no entanto, tira de letra.

Peter Steigerwald faz a arte-final e as cores. Embora traga um certo frescor para o lápis de Romita, sem carregar demais a ponto de modificar seu estilo, gostaria de ver a arte-final de Klaus Janson, até porque ele foi o arte-finalista do Cavaleiro das Trevas original, está trabalhando na nova minissérie e é o maior parceiro do desenhista na última década. Mas, enfim, Steigerwald é muito competente e faz um belo trabalho sobretudo nas cores, criando um clima adequado para o tom da história, com pouca variação da paleta, com predomínio de cinzas e, claro, do preto. Mesmo assim, há uma clara distinção para cada um dos ambientes que conduzem a história – basicamente, o Asilo Arkham, a Mansão Wayne e as ruas de Gotham.

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Escolhi a capa alternativa do Bill Sienkiewicz, que destaca o Coringa ensandecido em um primeiro plano, com Batman cerrando os dentes de raiva, logo atrás. É uma cena simples, mas a arte impressiona, coisa típica de um mestre como ele, capaz de transmitir tantas emoções e ideias sem recorrer para poses a la Image.

Como leitor de HQs desde o começo dos anos 80, pude acompanhar o enorme impacto no meio com a chegada do primeiro O Cavaleiro das Trevas, e saber que finalmente a DC conseguiu produzir um prólogo adequado, com a participação do próprio Miller, é ao mesmo tempo uma grande satisfação e um alívio. Muito bem desenvolvida, é uma revista indispensável para qualquer fã do Batman ou do grande elenco de artistas envolvidos. Ajuda também a nos lembrar da gigantesca contribuição dada pelo trabalho de Frank Miller no geral, e pelo Cavaleiro das Trevas em particular, à nona arte.

Nota 8,5.

Revista Vertigo da Panini: está valendo a pena?

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. Volume de Spoilers: Poucos, nada comprometedor.

Em outubro de 2009 a editora Panini lançou uma nova e diferenciada publicação mensal, a revista VERTIGO, especializada em materiais editados pela DC Comics em seu selo adulto de mesmo nome. Esse lançamento só foi possível após a desistência da editora Pixel que, até então, detinha os direitos de publicação no Brasil da Vertigo e também das linhas Wildstorm e America´s Best Comics.

A finada Pixel Magazine era a publicação mensal onde se encontrava uma boa parte do catálogo que agora está à disposição dos leitores nesta nova revista da Panini. O resto geralmente saía no formato de Encadernados, e alguma coisa em Minisséries. Bem, mas como anda a Vertigo? Até o momento, já foram comercializadas 4 edições, mas meu comentário se limita às 3 primeiras. O mix original, isto é, o conjunto de títulos escolhidos pela Panini para rechear a revista nestas primeiras edições, é composto por 5 títulos americanos:

1. Hellblazer – este é o nome da revista do John Constantine, o famoso detetive do sobrenatural criado por Alan Moore nos anos 80. É um personagem razoavelmente conhecido do grande público por conta do filme estrelado por Keanu Reeves. Uma curiosidade: é o título do selo Vertigo mais antigo e bem-sucedido, com mais de 200 edições mensais até o momento. Em Vertigo #1 e #2 temos um pequeno arco de duas partes e na #3 começa um arco em 4 partes, todos escritos pelo já veterano Mike Carey (que também escreve títulos dos X-Men para a Marvel) em 2002. As histórias são boas, mantendo a tradição no estilo Constatine-de-ser, trazem uma pequena dose de mistério e uma enorme de “rabugisse” que o leitor espera e geram alguma curiosidade na sequência. Não estão em um nível clássico como de fases anteriores, mas mantém uma qualidade bacana, também em termos de arte (Steve Dillon e Marcelo Frusin que, a propósito, foi trocado na Capa). Nota 6,0.

2. A Tessalíada – minissérie escrita por Bill Willingham (cuja obra-prima é a série Fábulas, também da Vertigo) e desenhada por Shawn McManus em 2002, é estrelada por uma espécie de super-bruxa e vem do universo do Sandman. Nesta história ela enfrenta uma série de ameaças proporcionadas por um conjunto secreto de entidades místicas. Não gostei da personagem e a trama é apenas OK, com clichês demais, criados dentro da própria Vertigo, por sinal. Há uma ou outra sacadinha curiosa, mas é leitura rasteira e a arte do McManus já foi melhor. Nota 4,0.

3. Vikings – estava ansioso por esta história, porque o título é razoavelmente badalado nos EUA desde sua estreia ainda recente, em 2008. Bem, este primeiro arco por enquanto é apenas passável, nada de muito interessante. A leitura é meteórica e trata do retorno de Sven, uma espécie de príncipe, à sua antiga vila nórdica, após um período de exploração em outras paragens. Lógico que vai enfrentar um parente – neste caso, um tio malvado – para retomar o que é seu. A atração é a paisagem e uma ou outra referência à cultura Viking, mas o autor Brian Wood poderia ter caprichado mais. Como está, fica parecendo um Conan de segunda linha. Há algumas boas batalhas, e só. Desenho abaixo da média. Nota 5,0.

4. Escalpo – outro título badalado lá fora, mas desta vez, parece, com razão. Jason Aaron e R. M. Guéra apresentam um universo quase inédito nos quadrinhos e até mesmo em outras mídias: a pobreza, corrupção e ignorância que domina algumas comunidades indígenas americanas atualmente. O protagonista é um personagem cativante em sua brutalidade – o jovem índio e agente secreto Cavalo Ruim – e o roteiro até o momento tem trazido boas reviravoltas e ação; e os diálogos, precisos e contundentes. Ótima leitura e, assim como em Vikings, a Panini está editando o começo da série, esta iniciada em 2007 e até hoje em circulação lá nos EUA. Nota 8,0.

5. Lugar Nenhum – minissérie escrita por Mike Carey dentro do universo criado por Neil Gaiman. Não conhecia, e gostei. Pelo menos é criativa e curiosa. Tem ecos de Alice no País das Maravilhas, traz aquele ambiente “carregado” e quase mítico de Londres. Só o personagem “normal” que é meio chatinho, não espero nada demais dele, mas os freaks são bem bacanas e diferentes. Com certeza é um dos destaques da Vertigo até o momento e termina na edição #4. Os desenhos são do competentíssimo Glenn Fabry e foi originalmente publicada em 2005. Nota 8,0.

Nota Final: 6,5.

Enfim, embora até o momento os destaques mesmo sejam apenas Escalpo e Lugar Nenhum, vou continuar comprando e curtindo a Vertigo porque sei que ainda tem muita coisa de qualidade pra sair, com ótimos autores. Alguns títulos a Panini não deve colocar aqui porque já anunciou que sairão em Encadernados, mas não há muita dificuldade em encontrar boas pedidas para rechear a revistas, até porque tem um período de tempo bem amplo de onde ela pode selecionar material, visto que, apesar da fama do Selo Vertigo, os brasileiros nunca tiveram um contato perene com a maior parte do seu catálogo.

Clássico Relido: Batman em As Dez Noites da Besta (Editora Abril)

Bem, resolvi inaugurar uma nova sessão no Blog, dedicada às minhas releituras de obras famosas de quadrinhos, heroísticos ou não. A ideia é tentar avaliar se a revista continua sendo tão boa quanto “na época”, isto é, se resistiu bem – ou não – à ação do tempo e da própria evolução do “meio quadrinhos”.

Para inaugurar, selecionei esta história do Batman, enquanto vasculhava minha coleção de revistas nacionais (que não fica no meu apartamento nem na minha cidade…) publicada no Brasil pela Editora Abril há exatos 20 anos (1989), em uma edição encadernada, reunindo as 4 edições das revistas originais (Batman #417-#420). Lembro ainda que foi uma novidade ver uma só história saindo em uma edição volumosa, formato americano e com lombada quadrada.

Aviso: por conta do formato desta análise, há alguns spoilers.

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A História:

A pequena saga, intitulada “As Dez Noites da Besta” foi escrita pelo renomado Jim Starlim e desenhada por Jim Aparo, um dos mais prolíficos artistas do morcego, sendo esta uma de suas últimas colaborações. Não é uma história tida como “clássica” por todos os fãs do personagem ou da DC Comics, mas no geral é citada como referência de boa história e até de bom vilão.
O inimigo é um gigantesco agente da antiga URSS (União Soviética, vocês sabem né? Um dia foi muito importante…) cujo apelido é KGBesta (a KGB era a polícia secreta da URSS) e aqui foi sua primeira aparição. Mestre em várias formas de arte marcial e de armamentos, ele também tinha implantes cibernéticos que aprimoravam sua força e resistência.
A história é simples e bastante linear: com a recente dissolução da URSS, o KGBesta e outro agente são enviados aos EUA para tentar sabotar o mundialmente famoso “Projeto Guerra nas Estrelas”, e passam a matar todos os cientistas e autoridades envolvidas. A trilha dos bandidos chega a Gotham City e, com sucesso, eles vão eliminando todos os alvos. O último é o então presidente americano Ronald Reagan. Batman e o Comissário Gordon se unem ao FBI e à CIA para tentar deter os vilões.

Veredicto: Foi bom de novo?

Sendo bem honesto, não tinha uma memória clara desta aventura; só tinha certeza de que tinha sido “bacana”. Reli duas vezes em alguns dias, tentando analisar o roteiro, os padrões dos diálogos, nuances escondidas… e realmente é um pouco decepcionante, porque é tudo muito simples, com vários clichês. O argumento é bom, como relatei antes, envolvendo o desmanche da URSS, mas o roteiro caminha sem momentos inspirados, as falas parecem escritas no piloto automático, muito diferente de outros trabalhos do Jim Starlim.
O que é bacana mesmo é o KGBesta, que foi um vilão inovador para a – então – requentada e tradicional galeria do Batman: superviolento e totalmente letal, matava sem o menor pudor centenas de pessoas ao longo da saga; não abria a boca para nada irônico e sua máscara, associada ao seu tamanho descomunal, dava um aspecto aterrorizante.
As batalhas também são legais: há muitos confrontos, o Batman é ferido diversas vezes e precisa usar muita força e técnica para nivelar com o adversário.
Já a arte não é muito atraente, mesmo naquela época. O desenhista tinha uma visão ainda light do personagem, e não havia em seu estilo técnicas de narrativa mais modernas e cinematográficas, apesar de algum esforço nesse sentido. Jim Aparo fez trabalhos bem melhores do que este.
Enfim, apesar de distante do perfil de um “clássico absoluto” das HQs, é uma história bastante agradável do Batman; vai depender do quanto o leitor goste de batalhas mais “pé-no-chão” e menos investigação ou planejamento.
Eu realmente ainda acho preferível ler uma história do morcego deste tipo, em que ele é ferido, erra em alguns momentos, se supera e sai por bem no final do que o Batman “super-mega-ultra-infalível” de histórias em que enfrenta e elimina supervilões peso-pesados, ou elabora e executa planos mirabolantes a nível global.
Quanto mais humano e limitado, inteligente e persistente for o morcegão, mais estimulante ele se torna para mim. Logo, gostei da HQ por essa razão, e como passatempo, pelas lutas e pelo novo vilão. Ah, as capas originais do Mike Zeck são maravilhosas, pena que ele não tenha mais trabalhos hoje em dia.

Nota: 7,0.

Lido: DC Especial #2 – Gavião Negro (Editora Panini)

Capa do 1º encadernado do Gavião Negro

Capa do 1º encadernado do Gavião Negro

. Volume de Spoilers: Poucos, nada que estrague sua leitura.

Esta não é lançamento, e já li há um tempo, mas achei bom resgatar porque parece que as aventuras atuais do Gavião Negro não costumam ter muitos leitores… o que é uma pena, já que são bem bacanas.
Claro, posso estar enganado, já que a Panini não disponibiliza números das vendas, mas ao menos nos fóruns e comunidades brasileiras há pouquíssimas menções a estas histórias, o que serve como um “termômetro”.

A série DC Especial é um título que reúne minisséries ou arcos de personagens que não contam com espaço regular nas revistas “de linha” da DC/Panini, começou a ser editada em 2004 e, numa periodicidade média trimestral, continua a sair nas bancas.

Esta edição foi a de número #2 (junho/2004) e a primeira dedicada ao Gavião Negro. Se não me engano, já saíram mais 3 edições com o personagem até o momento.

Bem, mas esta revista da Panini reúne as 6 primeiras edições da americana Hawkman, originalmente lançadas entre maio e outubro de 2002. Os autores são Geoff Johns e James Robinson – simplesmente 2 roteiristas de enorme prestígio atualmente e importantíssimos para a DC Comics – e o talentoso e (então) desconhecido Rags Morales nos desenhos. (148 pgs, R$ 12,90 – valor original).

Na história de abertura, “Primeiras Impressões”, o protagonista aparece atuando brevemente com seus colegas da Sociedade da Justiça, mas logo a história foca em St. Roch, a cidade imaginária que é escolhida como base pelo arqueólogo e alter ego do herói, Carter Hall, onde o principal elenco de coadjuvantes trabalha no Museu local e onde também a cética e nova Mulher-Gavião se dirige, atraída por informações sobre seu passado. Esta história serve basicamente para estabelecer o clima da série e do conturbado relacionamento entre o casal de heróis alados. O drama central é que a atual encarnação da Mulher-Gavião não se lembra de suas vidas passadas – ao contrário de Carter Hall – que sabe que Kendra Saunders é sua amada “predestinada”. Há bons momentos de tensão trabalhados a partir desta premissa durante várias histórias. O Gavião ainda encara no seu modo tradicional – isto é, violenta e impetuosamente, um vilão local chamado Bloqueio, enquanto Kendra viaja até a Índia.

As 3 histórias seguintes são uma sequência completa da aventura da dupla na Índia, enfrentando um grupo de vilões clássicos do Gavião, incluindo o Ladrão das Sombras, ao mesmo tempo em que surge uma nova ameaça na forma de Homens-Elefantes (estamos na Índia, afinal!) e outras maluquices. A trama começa bem mas tem momentos um pouquinho irregulares. Por sorte, a arte de Morales, as cores e a própria simpatia dos heróis rende um conjunto de boa qualidade.

As duas últimas histórias são uma pequena Saga chamada “Fundas e Arcos”, onde o Arqueiro Verde é, sem dúvida, a maior atração. Divertida, com bons diálogos e bons quebras, fecha bem o encadernado.

Apesar de não ser uma revista impecável, DC Especial #2 vale a pena por conta da própria despretensão das aventuras do herói – construídas em um modelo clássico e linear, com roteiros equilibrados entre ação, caracterização e narrativa; além da própria arte, que combina bastante com as tramas.

É interessante acompanhar a relação entre os dois Gaviões: por um lado, temos um Carter Hall superconfiante e agressivo, por outro uma Kendra Saunders cheia de dúvidas e precisando provar seu valor. Já os vilões não são originais e nem representam grandes ameaças, mas chegam a causar momentos embaraçosos aos heróis.

A Panini caprichou nos extras: um grande e detalhista texto intitulado “Encarnações”, de autoria do próprio Geoff Johns, conta as origens do Gavião Negro, sua parceira e amada Mulher-Gavião, e restabelece toda a confusa cronologia de ambos; há ainda uma galeria das (boas) capas do título e fichas dos personagens principais.

Em resumo:
– Revista acima da média, com textos e artes de qualidade.
– A clássica dupla de heróis alados da DC recomeça com uma cronologia arrumada e explicada.
– Talvez o maior ponto fraco seja a galeria de vilões pouco inspirada e ameaçadora.
– Claro que, se você já gosta dos personagens, mesmo que coadjuvantes da Sociedade da Justiça, precisa dar uma conferida. Talvez em uma próxima “FestComix” ou num bom sebo você encontre esta edição a um preço mais convidativo.
– Um apelo adicional para quem quiser arriscar é que a Panini continua publicando esta série no mesmo formato, ou seja, encadernados dentro da DC Especial.
Nota: 7,5.

Lido: The Spirit #1 (Editora Panini)

 

The Spirit versão 2000

The Spirit versão 2000

. Volume de Spoilers: Zero.

The Spirit
é, provavelmente, o trabalho mais popular de um dos mestres-supremos dos quadrinhos, Will Eisner. Sob a sua autoria, o detetive cult dos anos dourados dos quadrinhos teve dezenas e dezenas de histórias. A Editora Abril, se não me engano, foi a última a publicar regularmente esse material, em revista própria no início dos anos 90, mas não durou muito.

Atualmente, é fácil encontrar nas livrarias e comic shops muitos álbuns de Will Eisner. Mas especificamente do Spirit, nada.

Esta revista aqui, lançada agora em formato de minissérie (6 edições) pela Panini, não traz esse material clássico do personagem, portanto ainda não preenche essa (gigantesca) lacuna.

Na verdade, é a primeira fase de novas HQs que o personagem vem ganhando pela editora DC Comics, desde o finalzinho de 2006 nos Estados Unidos.

Quem ganhou a enorme “responsa” em criar novas histórias com o quase-intocável Denny Colt foi o genial Darwyn Cooke, um artista que vem crescendo exponencialmente em popularidade e respeito pelos críticos e leitores americanos. Ele é mesmo muito bom. Quem leu “DC: A Nova Fronteira” pode comprovar isso, apesar do seu traço retro não ser exatamente do gosto da maioria dos “leitores de heróis”.

Cooke escreveu e desenhou as 12 primeiras edições deste Spirit dos anos 2000, e é esse material que a Panini traduziu e compilou em 6 edições duplas, a R$ 5,90 cada e no bom papel couche.

– O que dizer desta 1ª edição?

Apesar de não ser “acachapante”, eu gostei bastante. O destaque é a arte, incrivelmente clean, com montagem dos quadros e páginas corretíssimas para o ritmo da história, e graças ao estilo retro, porém ligeiramente moderno do traço do artista, é provavelmente a melhor escolha possível para o retorno de HQs do personagem.

Por outro lado, o argumento, o ambiente, todo aquele estilo criado por Eisner e vinculado ao personagem – essencialmente pulp – ao mesmo tempo que é gostoso de ler não permite grandes novidades ou malabarismos no roteiro. Por isso é bom mas também traz um gostinho de “esse filme eu já vi”, que é o calcanhar-de-aquiles do projeto. Será que não daria pra inovar um pouquinho nos argumentos? A primeira história em si lembra muito Dick Tracy – acho que pelo visual do vilão; a segunda também tem um clichê do gênero, que é uma “mulher-fatal” envolvida, mas já achei mais interessante, porque revela um lado não muito puritano do herói. Veremos as próximas aventuras que, aliás, são essencialmente fechadas, isto é, você não precisa ficar tenso com o “continua no próximo número”. De diferente mesmo, só achei um pouco mais bem-humorado do que a minha memória do material original do Will Eisner capturou na época em que li… mas não estou certo disso. Há também uma bem-vinda atualização do tempo desse universo, isto é, claramente as aventuras são passadas em um mundo “tipo o nosso”, com internet, celulares e tal.

Enfim, valeu a pena porque eu gosto do personagem e acho que é um trabalho executado com carinho e talento pelo Cooke; plus a arte dele é atraente para o meu paladar pessoal.

Conclusões:
– Compre se você gosta muito de histórias policiais e/ou de noir;
– Se você já conhece e gosta do Darwyn Cooke, é praticamente indispensável ler esta série;
– Não há grandes surpresas, mas é ótima leitura “pé no chão” (non super heroes);
– Bom texto e ótima arte;
– Capa icônica, papel e preço muito bons;
Nota 8,0 porque eu gosto do artista e gosto do clima das histórias.

Lendo muita coisa ao mesmo tempo agora!

Que eu tenho alguma doença relacionada a ler muito, isso eu sei faz tempo.
Mas uma coisa que adquiri nos últimos anos, e que me irrita um pouco mas ao mesmo tempo estou viciado nisso, é ler muita revista diferente ao mesmo tempo.

E não é só com quadrinhos não. É também com revistas (periódicas, de cinema, de viagem, de história, de negócios, etc.), com livros e até jornalzinho de bairro.

Não consigo parar. É compulsivo e me faz mal. Sério. Fico nervoso com a pilha de coisas a serem lidas, a pilha de revistas começadas e não terminadas, e depois fico neurótico em onde guardar as já lidas. Recentemente, descobri algo que me deixa bem aliviado: dar revistas lidas para parentes, amigos e pra quem mais estiver a fim de!

– Mas, afinal, o que estou lendo, atualmente, de Histórias em Quadrinhos?

. NYX – um encadernado da Marvel sobre mutantes bem jovenzinhos. Parei na metade, tipo, um ano atrás, e continua na pilha. É legal, mas já faz tanto tempo que preciso reler um pouco antes de concluir…

. Official Handbook of the Marvel Universe – este aqui é uma obra gigantesca, contendo histórias de centenas de personagens da Marvel, então são várias edições, e algumas continuam chegando ainda para mim, por isso parece algo interminável. Mas é extremamente útil e divertido.

. Guerra Secreta – outra coletânea da Marvel. Não é inédita para mim, conheço bem a história, mas eu preciso reler esta nova edição porque pela primeira vez saiu completinha no Brasil. Tá lá, guardada com carinho.

. Pixel Magazine – comprei várias edições mas depois da #3 não consegui avançar mais. Revista excelente, bem diversificada, mas preciso arrumar um tempo adequado pra ler as outras 10 edições que já saíram.

. Os Sete Soldados da Vitória – é uma mini-série da DC Comics, muito interessante e bem desenhada, mas eu perdi a edição #5 e isso me desanimou pacas, a ponto de não ter lido nem a quarta parte. São 8 no total. Acho que vi a edição perdida numa banca perto de casa, mas na hora (isso também é muito comum) fiquei na dúvida se era mesmo aquele o número lost.

. Lobo Solitário – é um mangá muito bacana e clássico, li só a primeira edição (dessa versão recente da editora Panini) e tenho mais umas 10 na sequência. Mas ainda preciso comprar as outras 18 partes, então esse vai demorar mesmo!

. X-Force (1º volume/USA) – tive a sorte de conseguir completar, comprando aos poucos em sebos e comic shops, uma gigantesca e boa fase deste grupo mutante, que por sinal quase não saiu nada aqui no Brasil, e tive a “manha” de ler os arcos finais, mas não os anteriores, que devem dar umas 40 revistas. Um dia, quem sabe?

. The Thing (3º volume) – outro material original americano inédito no Brasil e muito bacana. São poucas revistas, acho que consigo matar tudo de uma vez só. No final de semana, talvez.

. Biblioteca Histórica dos X-Men Volume 1 – interessantíssimo material, que finalmente está saindo aqui no Brasil com a qualidade e reverência necessárias, a coleção “Biblioteca” da Panini já tem uma quantidade razoável de edições, e consegui terminar a do Quarteto #1 e dos Vingadores #1, mas esta dos mutantes tá indo a passo de tartaruga. Mas é o tipo de revista que precisa do momento certo.

. Sandman – Sim, são os excepcionalmente belos volumes capa dura da Editora Conrad. Li com muito esforço o primeiro, agora preciso de fôlego pra começar os outros… 9! Aff!

. Obras Completas de Carl Barks – também não comprei todos, mas só os que eu já tenho dá pra gastar muitas horas… quem gosta da Disney e, em especial dos Patos, vai se deliciar com a coleção. Ainda tá saindo, pela Editora Abril.

. Os Mortos-Vivos #2 – é ótimo e estou realmente curioso com a continuação, mas, puxa vida, tem tanta coisa legal pra ler também… o Robert Kirkman espera um pouco mais…

. Calvin – álbum bacanudo e enorme. Nem comecei, pra ser sincero…

. Grandes Clássicos Marvel – Tô quase terminando o seminal Capitão América de Roger Stern e John Byrne, e começando o primeiro do Homem de Ferro… aquele do “Demônio da Garrafa”… tudo importante e vital. Já tinha lido antes, mas naqueles infames, terríveis e incompletos “formatinhos” da Abril dos anos 80 e 90…

. Várias revistas mensais – Estão são as que leio todo mês, geralmente as que viram prioridade: Iron Fist; New Avengers; Avengers The Initiative; Marvel Comics Presents; Captain Britain and the MI13; The Order; Guardians of the Galaxy; Secret Invasion; Avante Vingadores; Marvel Action; Marvel Max; Universo Marvel; Marvel Especial (Namor); 52 e agora também a Fábulas Pixel.

Por favor, não me perguntem quais revistas e livros também estão na pilha, porque fiquei meio deprimido só de falar das hqs…
Abraços.