Resenha de Avante Vingadores #3 – Panini Comics

Esquadrão Supremo enfrenta os Fabulosos Vingadores

Mais 7 histórias dos 6 títulos que compõem esta nova fase da revista mensal Avante Vingadores!, lembrando que, efetivamente, nenhuma destas hqs é de Vingadores…

. Nível de spoilers: só para contextualizar, leia sem medo que nenhuma história será comprometida.

Esquadrão Supremo #3
Falcão Noturno
está encurralado pelo Esquadrão Unidade de Steve Rogers, mas não por muito tempo. É bacana ver a prontidão com que seus colegas de equipe respondem ao chamado, e logo os dois esquadrões estão se atracando. Antes, Hypérion tem um breve diálogo com Rogers, um bem-vindo cuidado do autor considerando que ambos foram membros essenciais na já clássica formação dos Vingadores da era pré-Guerras Secretas. Pela mesma razão, a Doutora Espectro procura justificar a execução de Namor mas, coerentemente com o que se espera de uma equipe de heróis genuínos, um crime é um crime e os Fabulosos Vingadores partem para cima do Esquadrão Supremo. James Robinson procura se divertir e levar o leitor junto na viagem, usando com categoria o fator novidade da Sinapse – inclusive para o próprio Falcão Noturno – e as tiradas amalucadas de Deadpool, mas confesso que estranhei a mega-hiper-velocidade que Mercúrio e Vulto demonstram. Talvez eu tenha perdido as últimas atualizações de poder do Pietro, mas ele nunca foi de alcançar velocidades nível Flash certo? Quanto ao Vulto, deve ter passado por algum boost também porque originalmente a proposta dele e de seus colegas do PN7 (da realidade do Novo Universo) era de poderes leves, sem exageros, mais “realistas”. Enfim, não gostei da volta ao mundo em poucos segundos da dupla de velocistas e muito menos do resultado. No mais, a batalha é interrompida duas vezes e o Esquadrão Supremo parece que vai conhecer um mundo bem… estranho! Leonard Kirk desenha belas splash pages, especialmente a última, mas também entrega alguns quadros mal resolvidos na composição. Esta HQ continua acima da média, embora no geral tenha achado este o capítulo menos interessante até o momento. Vamos ver se recupera o nível superior de antes.
Nota: 7,0.

Capitã Marvel #3 
Minha impressão sobre o principal problema deste título parece se confirmar a cada nova leitura e releitura: Michele Fazekas e Tara Butters não conseguem impor emoção alguma no decorrer da história. Nem com a Capitã Marvel, nem com seu enorme – e até interessante – elenco de apoio. Outro grande incômodo é com os diálogos: todos parecem ter a mesma “voz”, isto é, falta personalidade e carisma para estes heróis. De verdade, falta aquele toque criativo que permite o engajamento do leitor. Esta é uma HQ genérica, que dificilmente entrará na memória dos fãs da Marvel ou da Carol Danvers. Desta vez há poucas piadinhas e parece que a tensão vai aumentar com o mistério da nave alienígena capturada, mas as descobertas são todas bem pouco interessantes e no final das contas temos a impressão de que o potencial com o conceito da Capitã e sua Tropa Alfa está sendo completamente desperdiçado. Nem o bom time artístico de Kris Anka, Felipe Smith e Matthew Wilson consegue melhorar as coisas.
Nota: 4,5.

Incrivelmente Sensacional Hulk #3
“Maddy, eu gosto do seu irmão mas, quando Amadeus vira o Hulk, todos os hormônios adolescentes idiotas dele piram!” – essa frase, de Jennifer Walters, mais conhecida como a Sensacional Mulher-Hulk, é um pequeno exemplo de como esta HQ tem consciência das radicais diferenças que seu jovem e Incrivelmente Sensacional Hulk tem em relação a Bruce Banner. Em todos os momentos, estamos acompanhando situações inovadoras, com novos e velhos personagens em boa harmonia e uma arte de primeira linha. Esta é uma HQ divertida, leve, sem puxar para o drama, ódio ou destruição desenfreada…. embora haja muita pancadaria sim, como é de se esperar em um título-Hulk, é sincera em sua proposta. Contudo, pelas repercussões na web parece difícil para grande parte dos fãs do Hulk Clássico compreender que não é uma questão de comparar A com B. É como o Homem-Aranha clássico, Peter Parker, ser melhor ou pior do que o Homem-Aranha novo, Miles Morales. São personagens diferentes, apenas com nomes e origens conectadas. “Ah, mas os dois Aranhas estão convivendo, enquanto o Hulk Banner foi deixado de lado!” Oras, desde quando essas situações são permanentes nos universos de heróis? É válido afastar um dos ícones da Casa das Ideias por alguns anos sim, isso costuma dar bons frutos quando retorna. Aconteceu com X-Men nos anos 70 e foi um sucesso. Idem com o Thor nos anos 2000. Está acontecendo com Wolverine e também com o Quarteto Fantástico. Lógico que mais cedo ou mais tarde todos estarão com novas histórias. Então, porque não tentar baixar as resistências e curtir as novidades?

Fin Fang Foom come tubarões brancos no café da manhã

Desta vez, Amadeus precisa enfrentar uma criatura verdadeiramente poderosa, Fin Fang Foom, retratado em toda sua colossal glória por Frank Cho. Não há uma explicação clara para a aparição do monstro alienígena, e isso de verdade pouco importa na trama, mas o duelo é um desafio que vai exigir mais do que músculos do novo Hulk. Enquanto isso, Madame Devassa, a Rainha Monstro do planeta de Seknarf Nove aguarda o desfecho da batalha para decidir sua próxima atitude com nosso jovem herói esmeralda.
Nota: 7,0.

Os Supremos #3
Parece que Al Ewing & Cia não reduzirão o nível de ambição criativa tão cedo. Após os espetaculares acontecimentos relacionados a Galactus nas duas edições anteriores, os Supremos dirigem seu olhar para o problema do “Tempo Fraturado” – uma questão já tratada em outras histórias e eventos dos últimos anos, como A Era de Ultron, Hulk Agente do Tempo, os jovens X-Men originais vivendo no presente, A Batalha do Átomo, entre outros. Sem dúvida, é algo importante e novamente um problema em escala universal que esta equipe decide resolver. Carol Danvers e Marvel Azul são os motores desta nova aventura. Vale acrescentar que a Capitã Marvel aqui é muito mais interessante do que na sua série solo. Outro aspecto digno de nota é que Adam Brashear de certa forma assume o vácuo deixado pelo sumiço de Reed Richards. Apesar de imensamente poderoso, é o intelecto de Brashear quem conduz os Supremos para jornadas impossíveis. Kenneth Rocafort e Dan Brown novamente abusam dos painéis e cores vibrantes e inesperados. Um problema para os leitores brasileiros é, sem dúvida, o cliffhanger. Que eu saiba a minissérie solo com a origem do Marvel Azul não foi publicada pela Panini e, portanto, muita gente não vai entender a importância desta última página. No mais, outra ótima edição dos Supremos.
Ah, quem tiver interesse pelas origens do Marvel Azul clique aqui.
Nota: 8,5.

Força-V #3 e #4
A equipe das heroínas Mulher-Hulk, Medusa, Capitã Marvel, Cristal e Nico, reunidas desde a chegada da Singularidade, continuam tentando deter a misteriosa entidade cósmica Antimatéria. Kelly Thompson assume a linha de frente nos roteiros, ainda em associação com G. Willow Wilson e, apesar de o roteiro melhorar em relação ao capítulo anterior (pelo menos há um plano minimamente coerente em ação), os diálogos e, sobretudo, a atitude das super heroínas continuam bem exagerados e completamente distantes do que se esperaria delas. Medusa irritantemente arrogante, Nico meio insegura, meio engraçadinha, Carol Danvers apática e, de novo, porque ela não chama seus colegas dos Supremos para acabar com a ameaça? Por essas e outras que esta equipe parece simplesmente desnecessária.

As heroínas cheias de atitude da Força-V

Pelo menos Cristal, que até a edição #3 estava amarga e mal-humorada, tem algum desenvolvimento coerente. No final das contas, o primeiro arco fecha de maneira parcialmente satisfatória. Jorge Molina Laura Martin ajudam ao produzir um trabalho competente, mas ainda assim nada memorável. Sabe-se que este é um título cancelado nos EUA, mas esperava algo mais interessante.
Nota: 5,0.

Homem-Formiga #3
Outra edição impecável com a nova fase de Scott Lang em Miami, desta vez com uma divertida parceria com o novo Capitão América, Sam Wilson. Nick Spencer tem uma precisão cirúrgica nos diálogos, um roteiro coeso, com os tempos certos para cada cena, o tom para cada voz, inclusive dos vilões, como o impagável Mecanus. É incrível como o autor sabe brincar com o absurdamente vasto catálogo de personagens do Universo Marvel. Além da chegada do Corretor de Poder, como um dos nêmesis do Homem-Formiga, em versão atualizada e com um plano inteligente, há diversas surpresas que leitores das antigas vão curtir, e os novatos provavelmente ficarão intrigados. Para fechar mais uma ótima edição, se em Avante Vingadores #2 tivemos o retorno da namorada heroica de Scott, Darla Deering, desta vez temos uma outra ex que vai certamente complicar ainda mais sua vida. Ramon Rosanas está seguro na arte, com páginas muito bem planejadas e um traço clean, bonito, elegante, com certeza uma das grandes razões que tornam este um dos mais sólidos runs da atual Marvel.
Nota: 8,0.

Nota Final para esta Edição: 6,6.

Resenha de Avante Vingadores #2 – Panini Comics

A cabeça de Namor nos braços de Hypérion na interpretação de Alex Ross

Nova resenha desta mensal do tipo mix da Panini com a divisiva Fase Totalmente Diferente Nova Marvel. Embora a revista já tenha completado um ano, decidi resenhá-la desde o começo não só pelo “registro histórico” mas porque acho interessante analisar títulos diversificados e com personagens menos populares do Universo Marvel.

. Nível de spoilers: leves.

Esquadrão Supremo #2
Após a inesquecível estréia na edição anterior, James Robinson mostra um pouco da reação da mídia e da população frente ao novo supergrupo e suas atitudes radicais, mas traz, principalmente, momentos solo para cada membro do Esquadrão. Curiosamente, a primeira personagem a aparecer é Tundra, que não pertence à equipe, mas está à sua procura. Em seguida, um ótimo momento de ação com o Falcão Noturno que, ao investigar uma pista deixada pelos Skrulls, enfrenta um alienígena de uma espécie associada ao saudoso Quarteto Futuro (Power Pack). Hypérion tem uma conversa em um restaurante de estrada que lhe vai dar uma nova motivação em sua jornada por esta Terra. Vale chamar a atenção que esse ponto da história gerou uma minissérie solo do personagem que não foi publicada no Brasil. A Princesa do Poder – versão Marvel da Mulher-Maravilha – tem uma cena curta e reveladora de sua verdadeira natureza que certamente terá outros desdobramentos, enquanto que na Base Submarina do Esquadrão descobrimos que a Doutora Espectro, apesar da vingança já obtida na edição anterior, tem outras inquietações. Seu colega Vulto, ao contrário, parece estar curtindo sua estadia nesta Terra. Novamente, temos uma HQ com ritmo ágil, mas desta vez com foco no desenvolvimento dos personagens, e não em batalhas que, a julgar pelo cliffhanger, ficam para o próximo capítulo. O desenhista Leonard Kirk, o arte-finalista Paul Neary e o colorista Frank Martin formam um competente trio artístico. Apesar da “pausa” na ação, o arco continua interessante graças ao bom trabalho com estes ainda misteriosos personagens e pela promessa de muitas revelações e mais violência e ação desenfreada. Depois do brutal assassinato do anti-herói Namor na edição #1, certamente Falcão Noturno e sua poderosa equipe esperavam retaliações.
Nota: 7,5.

Capitã Marvel #2 
Segunda parte do arco “A Ascenção da Tropa Alfa”, que apresenta Carol Danvers como comandante de uma estação espacial repleta de colaboradores aliens, cientistas, soldados e, claro, liderando a Tropa Alfa, agora a primeira linha de defesa da Terra. As roteiristas Michele Fazekas e Tara Butters criam diversas situações para apresentar melhor cada personagem, tentando situar os leitores mais jovens, incluindo pequenos mistérios e ameaças, mas nem sempre funciona para os mais velhos. Como grande fã da equipe canadense, devo dizer que, talvez com exceção do Pigmeu, os demais heróis estão com representações distantes de suas personalidades. Há muitas piadinhas e, a julgar pelo elenco de suporte, as autoras aparentemente abraçaram com força a “política de diversidade” desta era da Marvel. O problema, claro, não está na (necessária) representação das minorias, mas sim na falta de situações divertidas, instigantes ou tensas, em diálogos inteligentes, na construção de personagens interessantes… isso tudo, ao menos por enquanto, não aconteceu nesta história que continua morna, apesar da arte agradável de Kris Anka no lápis e de Matthew Wilson nas cores.
Nota: 5,5.

Incrivelmente Sensacional Hulk #2
Eu realmente gosto da arte limpa, cheia de curvas e extremamente dinâmica do Frank Cho, perfeita para este jovem protagonista e seus adversários monstruosos. A dupla de heróis convidados, Mulher-Hulk e Homem-Aranha (Miles Morales), também são muito bem retratados na arte e no roteiro, que apresenta ainda a nova vilã (?) Madame Devassa, a Rainha Monstro do planeta de Seknarf Nove (!) que ganha bastante espaço neste capítulo, expondo inclusive suas motivações. Aliás, outra personagem criada por Greg Pak, que também tem a alcunha Madame, a Curie Cho, ganha bons momentos ao tentar “por na linha” seu impetuoso irmão Amadeus, nada mais nada menos do que o Incrivelmente Sensacional Hulk do título. Novamente, o roteiro entrecorta a história principal com momentos do passado recente pós Guerras Secretas, onde Pak está expondo, aos poucos, como Amadeus conseguiu seus poderes e o que aconteceu, afinal, com Bruce Banner. Como já havia comentado na resenha da edição #1, esta série leve e bem-humorada é o oposto da maior parte das fases do Hulk clássico, que estava sempre sofrendo e procurando deixar seu alter ego sob controle ou até mesmo extingui-lo. Uma observação lateral: esta HQ traz, assim como na da Capitã Marvel, um elenco extremamente diversificado mas, a seu favor, a história flui naturalmente e os personagens estão tão bem caracterizados que o “fator diversidade” não se torna “o ponto” da revista. O resultado é uma diversão descompromissada.
Nota: 7,5.

Os Supremos #2
Uau! Esta segunda parte fecha um pequeno e, diria ainda, inesquecível arco desta nova e verdadeiramente poderosa equipe. Decididos a “resolver problemas”, Pantera Negra, Capitã Marvel, Espectro, Marvel Azul e Miss América começam, parafraseando a própria HQ, “com o impossível”: Galactus e sua fome inextinguível. Al Ewing mira alto e chacoalha a tradição, criando um capítulo completamente diferente para o Devorador de Mundos da forma mais coerente possível: a partir do trabalho dos pais fundadores, Stan Lee e Jack Kirby, preenchendo inteligentemente as lacunas da cronologia e utilizando seu elenco de heróis em todo seu potencial. T’challa é, de certa forma, o destaque para a narrativa, quem tem o “plano” que, conforme o executa, faz com quem o leitor acompanhe seu desenrolar de forma linear (algo raro nos comics hoje em dia. O resultado é chocante, realizado com velocidade e ao mesmo tempo com elegância.

Galactus tem uma conversa com T’challa

Kenneth Rocafort e Dan Brown também apresentam um trabalho impecável, com uma quadrinização arrojada, “cósmica” e vibrante. Ewing e equipe demonstram um profundo respeito com a mitologia Marvel mas não se intimidam em acrescentar inovações radicais e também camadas sutis. Por exemplo: Galactus e o Quarteto Fantástico compartilham agora um detalhe fundamental em suas origens, relativo a um dos grandes mistérios do Universo Marvel: o Poder Cósmico. Impressionante! Ah, e adorei a homenagem ao incrível Giorgio Moroder.
Nota: 10.

Força-V #2 
Após a reintrodução da curiosa e “fofinha” Singularidade, personagem criada nas últimas Guerras Secretas e usada aqui como catalisadora da união das heroínas Mulher-Hulk, Medusa, Capitã Marvel, Cristal e Nico (dos Fugitivos), a roteirista e criadora do conceito Força-V, G. Willow Wilson, agora em parceria com Kelly Thompson, faz um trabalho simplório, diria até preguiçoso, ao trazer com a nova personagem uma espécie de “versão maligna interdimensional” que, lógico, vai ameaçar a Terra. Ninguém parece querer justificar porquê tal ameaça não deveria ser rechaçada por uma das equipes dos Vingadores, ou pelo Esquadrão Supremo, ou Inumanos, ou pelos Supremos (já que Carol Danvers também está por lá…). A minissérie no Mundo Bélico teve uma ótima repercussão entre os leitores, que justificava a decisão da Marvel em lançar sua sequência, mas ao menos este primeiro arco não empolga. Jorge Molina tem um bom traço mas aqui o destaque na arte fica por conta das cores da sempre competente Laura Martin.  As caracterizações das personagens causam alguma estranheza, desde as faíscas forçadas entre a Mulher-Hulk e Medusa, passando pela Cristal quase histérica. Mas são pequenos detalhes que mais me incomodaram, como quando um soldado Inumano é literalmente fritado pelo inimigo e nenhuma das super heroínas parece se importar dois quadrinhos depois… pior, na página seguinte já estão fazendo gracinhas novamente. Assim não, né?
Nota: 4,5.

Homem-Formiga #1 e #2
Estreia do segundo volume da mensal do Scott Lang em suas aventuras em Miami, agora 8 meses depois da cataclísmica Guerras Secretas. Nick Spencer continua nos roteiros, o que é ótimo, porque o autor acertou perfeitamente o tom das histórias deste Homem-Formiga que, apesar de não ter sido o primeiro, certamente é o que está há mais tempo no “cargo” e pode até ser considerado, a esta altura, “o Homem-Formiga que vale”. Temos vários retornos: Urso e a I.A. Mecanus, dois ex-vilões reformados (será?) que agora são funcionários da empresa de segurança de Lang, Darren Cross, preocupado com seu tom de pele, Cassie Lang, claro, e há também algumas introduções, com destaque para o Corretor de Poder, que parece uma boa aquisição vilanesca para a série, no mais novamente repleta de humor, reviravoltas, non-sense e ótimos diálogos e caracterizações. Mas, é o retorno da ex-namorada de Scott, a sub-celebridade Darla Deering, com direito a seu anel de transformação em “Mulher-Coisa” e tudo, que me trouxe um sorriso no rosto. Criada por Matt Fraction na sua fase com a Fundação Futuro, estava sumida há alguns anos, e confesso que a achava perfeita para nosso herói. Ramon Rosanas volta também nos desenhos, de quem sou fã de seu estilo clean e moderno, com traços cuidadosos no delineamento dos personagens, trazendo expressões faciais muito sutis, que traduzem bem os sentimentos. Cores pastéis de Jordan Boyd completam uma das melhores séries contínuas desta fase da editora.
Nota: 8,0.

Capa de Mark Brooks para o novo volume do Homem-Formiga

Nota Final para esta Edição: 7,2.

Resenha de Avante Vingadores #1 – Panini Comics

Arte de Alex Ross para o Esquadrão Supremo

Decidimos acompanhar outro título mensal que, assim como X-Men, é do tipo mix da Panini. Contudo, Avante, Vingadores! é bem maior, com mais do que o dobro de páginas e, ao contrário da revista dos mutantes, esta aqui, apesar do nome, não traz histórias dos Vingadores, mas sim de outros supergrupos e também histórias solo de heróis diversificados, ex-Vingadores ou não. É, em geral, uma revista com altos e baixos, mas com alguns temas muito interessantes e até relevantes para quem quer acompanhar o desenrolar do Universo Marvel.

. Nível de spoilers: praticamente zero.

Nota: neste momento, a edição 11, de outubro de 2017, acabou de chegar às bancas em São Paulo. Vamos acelerar nas resenhas para não ficar tão distante com o que está saindo atualmente.

Esquadrão Supremo #1
Estréia impactante e memorável da nova formação do Esquadrão Supremo. Assim como em outras versões, esta é poderosíssima, e também calculista, audaciosa e implacável com seus adversários. James Robinson – o veterano e premiado autor eternamente associado a uma fase inesquecível do Starman, da DC Comics – não perde tempo e faz o Esquadrão mostrar a que veio, primeiro contra Superskrulls, e depois contra Namor e os Atlantes. Os 5 membros são todos sobreviventes de outras Terras, destruídas durante os eventos das “incursões”, mostradas na fase dos Vingadores de Hickman e, claro, em Guerras Secretas: Hypérion, Doutora Espectro, Princesa do Poder e Vulto são liderados pelo Falcão Noturno da versão Max (cujas histórias saíram na revista Marvel Max, no começo dos anos 2000). O leitor que comprou Avante, porém, e que não acompanhou a megassaga não precisa se preocupar porque dá para entender tudo isso, que é bem explicado em uma história curta de introdução. O desenhista americano Leonard Kirk acerta no ritmo e na composição ágil, auxiliado pelo veteraníssimo e sempre competente arte-finalista inglês Paul Neary. Muitas batalhas, splash pages e personagens overpower fazendo feitos absurdos. Apesar de toda a ação, é uma revista essencialmente politizada, porque incita o debate sobre justiçamento, guerra preventiva, capitalismo, refugiados… Falcão Noturno claramente tem um grande e audacioso plano, e seus colegas tem o poder para realizá-lo. Fantástico!
Nota: 9,0.

Capitã Marvel #1 
Mais um reinício para Carol Danvers, desta vez sob o comando de Michele Fazekas e Tara Butters, roteiristas da TV e novatas nos quadrinhos, que a colocam no comando da Tropa Alfa em uma estação espacial responsável pela proteção da Terra. Sim, é um conceito completamente diferente para a velha equipe canadense, mas não inédito na Marvel. A agência SWORD fazia esse mesmo papel na era pré-Guerras Secretas, comandada por Abigail Brand que, não por acaso, também está neste título, dividindo as funções de liderança do vasto contingente de soldados, pesquisadores, alienígenas e heróis da estação com a própria Capitã Marvel. Parece que nossa heroína tem um novo namorado e somos apresentados ao elenco de apoio, com algumas gracinhas e um pequeno mistério no final. É um começo bem morno. Até a arte de Kris Anka não consegue ganhar relevância, embora as cores de Matthew Wilson tragam uma bem-vinda leveza e modernidade. Entre os membros da Tropa Alfa, Pigmeu acertadamente ganha destaque. É uma HQ simpática, há bastante coisa acontecendo, mas nada muito interessante.
Nota: 6,0.

Incrivelmente Sensacional Hulk #1
Primeira aparição do novo Hulk – agora o jovem alto astral Amadeus Cho – , escrita pelo seu criador, Greg Pak, e desenhada por outro Cho, o às vezes polêmico Frank. Esta é uma revista com foco em um personagem-legado muito diferente da versão clássica. Apesar de ambos serem gênios, Amadeus é muito mais jovem e, mesmo tendo em seu passado sua própria dose de tragédia, ele transpira otimismo e confiança, resultando em uma abordagem totalmente heroica com seu poderoso alter ego. Além da história principal, centrada no “presente”, ou seja, 8 meses depois do final das Guerras Secretas, Pak dá a primeira pista do que aconteceu com Bruce Banner e como Amadeus ganhou os poderes do titã verde nesse meio tempo, o que certamente será desenvolvido aos poucos. O autor apresenta a líder de campo das ações do novo Hulk, nada mais nada menos do que sua esperta irmã, Madame Curie Cho, e traz diversas aparições especiais, todas bem caracterizadas e úteis no desenrolar da história. Frank Cho capricha como sempre, tanto nas figuras humanas e heróicas, quanto nos monstros que, aliás, são a ameaça da vez. Apesar de muitos fãs do Hulk clássico torcerem o nariz, esta não foi a primeira, nem a segunda, e nem será a última vez que a Marvel substituirá o Hulk original. Além disso, a transformação de Amadeus é aceitável, afinal o jovem coreano-americano está participando há mais de uma década do universo do Hulk. De quebra, uma nova e impactante personagem é introduzida nas páginas finais. Estreia interessante, leve, bem-humorada, cheia de ação, com bela arte e com potencial de histórias diferentes. Para quem procura um Hulk em conflito, sofrendo e promovendo muita destruição, melhor ler as séries clássicas. Pessoalmente, gosto de mudanças de vez em quando e considero Amadeus Cho um dos melhores novos personagens da Marvel dos últimos tempos, e aqui certamente será trabalhado com muito carinho pelo seu criador.
Nota: 8,0.

Frank Cho adora desenhar monstros e mulheres

Os Supremos #1
Nova superequipe com uma mistura interessante e inusitada de personagens antigos e novos: Pantera Negra, Capitã Marvel, Espectro, Marvel Azul e Miss América. O nome Supremos pode enganar os que conheceram a memorável versão dos Vingadores do extinto Universo Ultimate, mas pelo menos seu quartel-general, o Triskelion, está presente. O talentoso Al Ewing parece disposto a arriscar, e entrega uma história de apresentação recheada em superciência, dimensões paralelas, poderes cósmicos e uma intrigante proposta da equipe para o Devorador de Mundos. Kenneth Rocafort também assume um estilo mais arrojado e, com o auxílio da miríade de cores de Dan Brown, entrega talvez seu trabalho mais impressionante. Lembra o cosmo colorido dos filmes Guardiões da Galáxia e Thor Ragnarok. Para quem gosta de viagens astrais, seres superpoderosos, um elenco fascinante e uma equipe criativa tão ambiciosa quanto seus personagens, parece que Os Supremos vai deixar sua marca. Ah, sim, o Secretário-Geral da ONU faz uma curiosa participação.
Nota: 8,5.

Força-V #1 
Esta é uma série mensal com a superequipe composta somente por heroínas que foram introduzidas pela Marvel no Mundo Bélico das Guerras Secretas. O problema é que, naquela minissérie, Mulher-Hulk, Medusa & Cia. residiam em um Domínio onde já eram as líderes e protetoras de seu povo. Agora, na Terra Marvel remanescente, a criadora do conceito e também roteirista desta edição, G. Willow Wilson, precisa desenvolver uma solução para justificar a união das “nossas” Mulher-Hulk, Medusa, Capitã Marvel (olha a Carol Danvers aqui de novo!) e demais participantes. Parece um pouco difícil, visto que cada super heroína tem sua própria agenda, então a premissa apresentada aqui – a chegada de uma personagem em nosso universo – embora óbvia seja no fundo inevitável. A Panini acrescenta uma HQ curta de introdução, desenhada por Victor Ibanez, mas a edição #1 de A-Force conta com a bela arte de Jorge Molina, também o responsável pela minissérie da equipe nas Guerras Secretas. História um tanto rápida demais, com a nova personagem sendo capturada pela Tropa Alfa e logo causando problemas. Como os heróis Marvel em geral desconhecem o que aconteceu durante o evento, cria-se um certo conflito com a chegada da outrora aliada, mas não há muito o que dizer desta re-estreia, a não ser esperar sua continuação na edição seguinte.
Nota: 5,0.


Nota Final para esta Edição: 7,3.


Comentário Final:

Edição com 5 estreias, sendo três HQs de equipes e duas com heróis solo. Arte e cores de ótimo nível, com um conjunto interessante, super diversificado de personagens, embora sem ícones. Os roteiros em geral entregam a promessa da fase Totalmente Diferente Nova Marvel. É preciso, portanto, ter (ou adotar) uma certa “mente aberta” para curtir a revista. Entre os quadrinistas, destaco a presença de dois roteiristas consagrados: James Robinson e Greg Pak, um desenhista-estrela, Frank Cho, e uma jovem e audaciosa dupla, Al Ewing e Keneth Rocafort.
Finalmente, chamo a atenção para a arte estampada na quarta capa: um impressionante e poderoso Galactus de Arthur Adams. A imagem faz jus ao personagem e, ao mesmo tempo que exala design de Jack Kirby, é moderna e autêntica.

Este Galactus merece virar pôster!

Rápida Resenha de X-Men #6 – Panini Comics

Arte de Humberto Ramos só na capa de X-Men #6

Pela primeira vez nesta série, temos duas aventuras da equipe da Tempestade. Quem ficou de fora foram os Fabulosos de Magneto. Além disso, Humberto Ramos só está na capa, tendo sido momentaneamente substituído em Extraordinários pelo espanhol Victor Ibanez. Confira a resenha da edição de junho de 2017 dos X-Men.

Extraordinários X-Men 6: de Jeff Lemire e Victor Ibanez

Dando sequência ao gancho da edição anterior, acompanhamos a equipe conhecendo o Mundo Bizarro, uma nova região presente na Terra Marvel desde Guerras Secretas (o tie-in que a abordou não foi publicado no Brasil), que é uma conjunção de vários mundos malucos, repletos de magia, populações e criaturas fantásticas. Quem leu Esquadrão Supremo na revista mensal Avante, Vingadores! já sabe do que se trata. E, por falar em Magia, Illyana tem uma participação importante, inclusive desenvolvendo uma aproximação com Sapina, a jovem mutante indiana salva na primeira edição desta revista e que, aparentemente, tem também poderes místicos. Como de praxe, Lemire insere bons momentos de desenvolvimento de todos os personagens – entre grandes amigos, como de Colossus com Logan, ou longe disso, como entre o professor Homem de Gelo e o aluno Anole – ou seria o contrário neste caso? Há também ação, mas não é o mais marcante. É estranho ver esta equipe pela primeira vez com outro traço que não seja o ultra cartunesco de Humberto Ramos, mas Ibanez não é principiante e dá conta de entregar um bom trabalho, embora sem novidades. As criaturas do Mundo Bizarro são interessantes e as cores de Jay David Ramos compõem uma arte de qualidade. Tempestade ganha ótimos momentos e é, definitivamente, a estrela desta série. Nota 7,5.

Extraordinários X-Men 7: de Jeff Lemire e Victor Ibanez

A aventura no Mundo Bizarro continua, agora com outro mutante relativamente famoso  e até então desaparecido desde o “evento do passado que ainda não foi publicado” (que seria Inumanos Versus X-Men), mas desta vez o foco está na tentativa de Tempestade e de Jean Grey em tentar compreender o que deixou Noturno tão assustado e confuso. A estratégia é uma viagem telepática que, embora longe de ser inovadora, aqui rende momentos poderosos de narrativa gráfica, com um final perturbador muito bem conduzido pelo roteirista. Ibanez arrisca mais e a história ganha momentos realmente interessantes. Não sei se termina aqui o segundo arco, mas ficamos com aquela incrível vontade de ler mais – e rapidamente – histórias destes grandes personagens. Nota 8,0.

Novíssimos X-Men 6: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

Este capítulo mantém o ritmo intenso da edição anterior, com Blob ainda dando muito trabalho para os jovens X-Men. A batalha gera momentos de tensão, Fera tem um momento de desilusão intelectual muito apropriada e um de seus colegas finalmente mostra que já não é mais o mesmo em uma sequência inesquecível de coragem e poder! Hopeless parece cada vez mais à vontade com os personagens, e resgata um plot que lançou algumas edições atrás para introduzir uma nova ameaça. Esse é um vilão menor e sua presença em Paris está sem explicação, parecendo a princípio extremamente conveniente, ainda mais com Blob no mesmo dia, mas vamos ver como isso será resolvido na próxima edição. Um dos aspectos mais interessantes de Novíssimos X-Men é que o autor está conseguindo trocar o foco entre o vasto elenco a praticamente cada edição. Em um primeiro momento parecia que a estrela seria o jovem Ciclope, mas todos estão ganhando espaço para desenvolvimento, como Idie. Sem dúvida, ter Mark Bagley em ótima fase ajuda também. Nota 8,0.

Nota Final desta Revista: 8,0

Rápida Resenha de X-Men #5 – Panini Comics

Blob Ataca!

Na edição de maio de 2017 da nova revista dos X-Men, o destaque é o confronto entre os Novíssimos e Blob, e o final dos primeiro arcos dos Fabulosos e dos Extraordniários. Resenha com spoilers mínimos – só uma ou outra pequena informação para situar o leitor.

Extraordinários X-Men 5: de Jeff Lemire e Humberto Ramos

O primeiro arco de histórias da equipe da Tempestade conclui com uma grande, longa, convoluta e, às vezes, sem graça batalha contra o Senhor Sinistro e sua última criação: um híbrido disforme e instável de DNA inumano com mutante. Há alguns diálogos bacanas, mas este capítulo serve, sobretudo, para (finalmente) reunir a equipe completa. É interessante destacar que, embora o Velho Logan seja de fato uma atração à parte, sobretudo pelo seu deslocamento temporal em uma época em que o Wolverine original está morto, todos os personagens principais estão passando por transformações significativas. O apelo deste título segue, portanto, na interação entre heróis conhecidíssimos que, por estarem neste momento de transição, os tornam quase completamente estranhos, mesmo para leitores veteranos. É material poderoso para um bom escritor explorar, por isso sigo com grandes expectativas para as próximas histórias. Sobre a arte, fica evidente que as batalhas perdem impacto com Humberto Ramos. Ele tem uma boa narrativa mas o estilo ultra cartunesco não combina com os poderes variados dos X-Men. Nota 7,0.

Fabulosos X-Men 5: de Cullen Bunn e Greg Land

Magneto encara, sozinho e com um protegido à tiracolo, os perigosos Cavaleiros da Tempestade. Vale lembrar que o atual ex-vilão continua com poderes bastante diminuídos, mas mostra efetividade e inteligência, tanto no combate físico quanto no estratégico. Bunn encerra o embate entre as duas equipes de forma brutal e eficiente. O roteirista promove, ainda, um encontro com o grupo da Tempestade. Magneto é o líder deste time e também quem move a história adiante, como prova seu envolvimento com os dois mutantes que até então andavam nas margens deste título e que certamente serão o foco do próximo arco – Mística e Fantomex. Greg Land continua competente e o balanço desta primeira história dos Fabulosos é bastante positivo e, de certa forma, surpreendente. Nota 7,5.

Novíssimos X-Men 5: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

Capítulo repleto de ação, bom desenvolvimento de personagens e arte excelente. Mesmo sendo uma parte intermediária de um arco, esta é talvez a melhor história até o momento da equipe com os mais jovens X-Men. Hopeless surpreende com uma caracterização ameaçadora e violenta de Blob, remetendo aos velhos tempos em que ele era perigoso o suficiente para enfrentar um time inteiro de heróis. Mas o melhor é que todos os personagens ganham bons momentos, como a visita de Idie à Notre Dame, os diálogos entre Homem de Gelo e o jovem Apocalipse, a reação do Fera com a praticidade dos apps, a entrega total do Ciclope à ação, com a decisão do Anjo sobre a Wolverine e, sobretudo, à arte caprichada de Mark Bagley, lembrando seus melhores momentos quando cuidava de outras equipes, como os Thunderbolts e os Novos Guerreiros nos anos 90. Mais uma vez ele cria uma splash page dupla poderosa, com os mutantes se digladiando em uma Paris cheia de vida. A equipe criativa Hopeless/Bagley mostra-se afinada. Nota 8,0.

Nota Final desta Revista: 7,5

Rápida Resenha de X-Men #4 – Panini Comics

Um velho vilão dá as caras na capa de X-Men 4

Na edição de abril de 2017, um dos grandes vilões dos mutantes se envolve com a poderosa equipe de Tempestade. Acompanhe nossa resenha livre de spoilers.

Fabulosos X-Men 4: de Cullen Bunn e Greg Land

Bunn prossegue no desenvolvimento de seu plot, narrando situações em 4 localidades diferentes. Em Nova York, temos um prelúdio no Clube do Inferno reunindo dois mutantes que não estão nesta equipe – pelo menos até aqui, mas que haviam aparecido nas edições anteriores e que, aparentemente, estão envolvidos com a tal Corporação Futuro, a organização maligna introduzida no primeiro capítulo desta nova fase e que ainda está envolta em mistérios. No Tibete, Xorn recebe visitantes nada amigáveis, e demonstra ser uma poderosa força à deriva no Universo Marvel. Magneto leva um dos mutantes curandeiros que está protegendo para Genosha, enquanto os vilões que estão caçando esses curandeiros tem um confronto violento com os Fabulosos no Egito. Novamente, Bunn consegue produzir uma história ágil, com interessantes relações entre os personagens, com destaque para Psylocke e Magneto. O gancho final é muito bom, e preciso dizer que estou gostando bastante da arte do Greg Land.  Seu traço está mais elegante, com menos exageros, e sua narrativa, muito boa. Claro que ele se sobressai em uma festa no Clube de Inferno, e tem menos muito menos recursos ao retratar catacumbas no Egito, mas no geral está bem. Acredito que tanto a arte-final de Jay Leisten quanto, sobretudo, as cores de Nolan Woodard contribuem bastante para a qualidade visual desta série. Nota 6,5.

Novíssimos X-Men 4: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

Começa um novo arco e desta vez o foco será no casal Laura e Warren, ou seja, na nova Wolverine, e no primeiro Anjo, aquele que veio do passado. É uma escolha adequada, tanto pelo que o autor já havia plantado anteriormente, como pela própria relevância que a ex-X-23 ganhou ao assumir o manto do Wolverine. Laura Kinney está cada vez mais audaciosa e encara desafios e ameaças impetuosamente, se machucando muito no processo e, com isso, incomodando – com razão -, seu jovem namorado. Há ação no Japão, na Califórnia, na Tailândia e, por fim, em Paris, onde a dupla encontra um vilão clássico dos X-Men. Uma grande novidade que este título traz e que condiz com a Fase “Totalmente Diferente”, é que Ciclope, Fera, Homem de Gelo e companhia são frequentemente recebidos como verdadeiros heróis ao redor do mundo. Em termos de arte, Bagley tem bastante espaço para produzir belas cenas de ação, e as cores de Andrew Henessy estão ótimas, acrescentando a necessária vitalidade que esta história pede. O final, ao contrário da edição anterior, é um inesperado cliffhanger. Nota 7,5.

Extraordinários X-Men 4: de Jeff Lemire e Humberto Ramos

Capítulo cheio de ação para a equipe da Tempestade. Após resolverem a ameaça que começou na revista anterior, os X-Men partem para o resgate de alguns colegas, que estão com o vilão destacado na capa, ou seja, o Sr. Sinistro, atualmente emprenhado em realizar experimentos com o DNA de Inumanos e Mutantes. Alguns Carrascos estão ao seu lado, e o inevitável duelo entre os dois grupos traz alguns momentos bacanas, especialmente entre o Velho Logan e seus jovens colegas, além de permitir observar, novamente, como esta Jean Grey é poderosa. Lemire entrega mais um capítulo bem construído, com outro bom cliffhanger. Embora não seja “extraordinário”, há consistência nas histórias e a equipe funciona bem, com todos os personagens com alguma relevância. Ramos tem alguns bons momentos, mas sua arte realmente está (é?) inconsistente. As cores, por outro lado, são um ponto forte. É impressionante a qualidade média elevada que a Marvel têm mantido neste aspecto. O colorista Edgar Delgado acrescenta muita energia e, como agora todas as revistas da Panini tem um papel melhor, com brilho, a revista ganha muito no quesito beleza. Nota 7,0.

Nota Final desta Revista: 7,0

Rápida Resenha de X-Men #3 – Panini Comics

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Bela capa de Clayton Mann para os Extraordinários X-Men

A Panini mantém o mesmo padrão desta revista mix de março/2017: uma história de cada Equipe-X, mas e quanto a qualidade? Comentários livres de spoilers.

Fabulosos X-Men 3: de Cullen Bunn e Greg Land

A equipe de Magneto continua com sua missão: proteger e, se possível, recrutar mutantes curandeiros antes que sejam atacados por uma superequipe adversária que estava há muito tempo sumida, mas aqui estão mais letais do que nunca. Desta vez, os Fabulosos reencontram dois curandeiros, um bem novo, criado por Brian Bendis na fase Marvel Now! (Nova Marvel, no Brasil) e um da década passada, da fase do Grant Morrison. Além deles, um intrigante anti-herói, que conhece bem alguns dos membros desta equipe – em especial a Psylocke -, também entra na engrenagem da história. Assim, adicionando constantemente mutantes de outros tempos, o autor consegue criar situações inesperadas que não permitem prever o desfecho da história. No geral, a leitura continua tensa, embora rápida. Os personagens centrais não tem desenvolvimentos profundos, porque a trama privilegia a ação e o suspense. A arte de Land continua com aquele estilo polêmico dos rostos e poses mas, como já dissemos antes, a distribuição dos quadros e o posicionamento dos personagens estão muito adequados e fluidos. Nota 6,5.

Novíssimos X-Men 3: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

Com esta terceira parte, o primeiro arco de histórias deste título é encerrado. A nova equipe de mutantes “pseudo-malignos”, os Fantasmas de Ciclope, mais uma vez entram em confronto com os X-Men. Felizmente, algumas pontas soltas que incomodaram na edição anterior foram – se não totalmente resolvidas, ao menos abordadas. O jovem Ciclope toma uma importante decisão, enquanto os demais agem de forma bem mais coesa. Bagley faz seu competente trabalho de sempre, e adorei uma página dupla com um cerco policial. Só achei ruim, mesmo, o cliffhanger, com uma suposta ameaça que, francamente, não impressiona ninguém. Tirando isso de lado, presume-se que daqui pra frente esta equipe vai deslanchar. Nota 7,0.

Extraordinários X-Men 3: de Jeff Lemire e Humberto Ramos

A jovem Jean Grey é uma das estrelas desta edição, e seu encontro com um velho conhecido é muito bem conduzido. Curioso como uma mutante do passado estabelece uma conexão com um mutante do futuro a partir da história que nenhum dos dois compartilhou. Repito: isso só funciona nas mãos de um escritor talentoso, como é o caso de Lemire. Tempestade é o outro destaque, na liderança desesperada frente a um ataque maciço de demônios à Mansão. Há uma aparição surpresa para a Ororo que cria um novo mistério. Os desenhos de Ramos estão melhores nos momentos quietos, porque a batalha honestamente é bastante confusa visualmente, e não dá para dizer que seus demônios são bem construídos. A impressão é que o artista não se sente à vontade com esse tipo de monstro. Enfim, compromete um pouco a qualidade deste título mas, ao menos, a história avança e ficamos ansiosos para a continuação. Nota 7,5.

Em suma: o padrão se mantém nesta revista-mix em que dezenas de personagens aparecem, facilitando o apelo para uma grande parcela dos fãs.

Nota Final desta Revista: 7,0

Balanço: o Melhor da Marvel Hoje no Brasil -Totalmente Diferente Nova Marvel

A Editora Panini já lançou 14 dos 15 títulos mensais previstos para a nova fase da Marvel Comics no Brasil. Falta apenas Capitão América. Li todos os #1 e a maior parte dos #2 e #3.

Acompanho também as resenhas e reportagens dos principais sites especializados americanos, além de comprar alguns encadernados importados e, portanto, já dá para ter uma boa ideia do que é mais interessante, o que sem dúvida é imperdível e o que pode ser deixado de lado que não fará falta.

Sou leitor regular de quadrinhos de heróis desde 1984. Acompanhei diversas fases da Marvel, DC, Image e outras.
Posso afirmar sem a menor dúvida que o pior momento, ou seja, quando havia uma grande quantidade de revistas de baixa qualidade saindo, foi durante meados da década de 1990. Dos anos 2000 para cá, no geral, há uma grande quantidade de boas e ótimas revistas sendo publicadas. Varia de um ano para o outro, mas a qualidade média, digamos, se mantém.

Estou ciente de que há uma grande polêmica atualmente com o material da All-New, All-Different Marvel. Conheço gente que de fato “largou” a editora. Mas já vi isso acontecer antes – aliás, sempre aconteceu! – por diversas razões (comentarei sobre isso em outro post). Também conheço muita gente nova que passou a consumir recentemente estas revistas. Isso, vale a pena ressaltar, é algo pouco comum e sinaliza uma renovação necessária para a editora e para o mercado em geral.

Mas, vamos lá. Afinal, será que hoje, como se lê por aí, salvo raríssimas exceções, a Marvel publica uma grande quantidade de porcaria?

Segue meu balanço de todas as séries atualmente em publicação no Brasil (ou já confirmadas), com o nome do título original americano e em qual revista está saindo – ou sairá – pela Panini. Agrupei em 4 níveis de qualidade. Espero que sirva de estímulo para os que estão curiosos, mas por lerem tantas críticas negativas, deixam de arriscar. E, todo mundo sabe, quem não arrisca…

1. Nível: TOP
>>>>As IMPERDÍVEIS,
as MELHORES HQs da fase Totalmente Diferente Nova Marvel (sem ordem de preferência). Em suma, são as que entrarão na memória dos fãs e serão sempre citadas:

Bela arte de Russell Dauterman para Thor

1. Thor, de Jason Aaron e Russel Dauterman. Título Panini: Thor (#1 em diante).
2. Doctor Strange, 
por Jason Aaron e Chris Bachalo. Título Panini: Doutor Estranho (#1 em diante).
3. Invincible Iron Man,
de Brian Bendis e David Marquez. Título Panini: Homem de Ferro (#1 em diante).
4. Black Widow, de Mark Waid e Chris Samnee. Título Panini: Viúva Negra – dois encadernados capa cartão.
5. Old Man Logan, por Jeff Lemire e desenhado por Andrea Sorrentino. Título Panini: O Velho Logan (edição #5 em diante).
6. The Ultimates, de Al Ewing e Kenneth Rocafort. Título Panini: Avante Vingadores (a partir do #1).
7. Moon Knight,
de Jeff Lemire e Greg Smallwood. Título Panini: Cavaleiro da Lua – encadernados capa cartão (números #4, #5 e #6).
8. Vision,
de Tom King e Gerardo Walta. Título Panini: Visão – encadernados (#1 e #2).
9. Silver Surfer
de Dan Slott e Michael Allred. Título Panini: Universo Marvel (do #3 em diante, estão saindo em encadernados ao longo de 2020 e 2021).
10. Black Panther, de Ta-Nehisi Coates e Brian Stelfreeze. Título Panini: Pantera Negra – encadernados capa cartão (a partir do #1).

2. Nível: MUITO BOM
>>>HQs ACIMA DA MÉDIA
desta fase. São consistentemente boas e, embora não tenham aquele “algo a mais” do grupo de cima, são leituras com qualidade garantida, tanto de texto quanto de arte.

A nova e polêmica formação da equipe principal de Vingadores, por Alex Ross

1. All-New All-Different Avengers, de Mark Waid, Adam Kubert e Mahmud Asrar. Título Panini: Vingadores (desde o #1).
2. Amazing Spider-Man,
de Dan Slott e Giuseppe Camuncoli. Título Panini: Espetacular Homem-Aranha (#1 em diante).
3. Deadpool,
de Gerry Duggan e Mike Hawthorne. Título Panini: Deadpool (#1 em diante).
4. Ms. Marvel, de G. Willow Wilson e Takeshi Miyazawa. Título Panini: Ms Marvel – encadernados capa cartão e dura (seis encadernados, a partir de #1, “Nada Normal”).
5. Daredevil,
por Charles Soule e Ron Garney. Título Panini: Demolidor – encadernados (#12 ao #16).
6. Extraordinary X-Men, de Jeff Lemire e Humberto Ramos. Título Panini: X-Men (do #1).
7. Spider-Man, por Brian Bendis e Sara Pichelli. Título Panini: Espetacular Homem-Aranha (#1 em diante).

O Homem-Formiga mora em Miami e toca uma empresa de segurança com ex-vilões B

8. Astonishing Ant-Man, de Nick Spencer e Ramon Rosanas. Título Panini: Avante Vingadores (a partir do #2).
9. Captain America: Sam Wilson,
de Nick Spencer e Daniel Acuña. Título Panini: Capitão América (a partir do #1).
10. Captain America: Steve Rogers, de Nick Spencer e Jesus Saiz. Título Panini: Capitão América.
11. Spider-Woman,
de Dennis Hopeless e Jamie Rodriguez. Título Panini: Aranhaverso (a partir do #7).
12. Power Man and Iron Fist, de David Walker e Sanford Greene. Título Panini: Luke Cage e Punho de Ferro – 3 encadernados capa cartão.
13. Uncanny Avengers, de Gerry Duggan e Ryan Stegman. Título Panini: Vingadores (desde o #1).
14. New Avengers, de Al Ewing e Gerardo Sandoval. Título Panini: Vingadores (desde o #1).
15. All-New X-Men, de Dennis Hopeless e Mark Bagley. Título Panini: X-Men (do #1).

A arte cartunesca e vibrante de Stacey Lee

16. Silk, de Robbie Thompson e Stacey Lee. Título Panini: Aranhaverso (a partir do #7).
17. All-New Wolverine (X-23), de Tom Taylor e David Lopez. Título Panini: O Velho Logan (edição #5 em diante).
18. Uncanny X-Men, de Cullen Bunn e Greg Land. Título Panini: X-Men (do #1).
19. Squadron Supreme, de James Robinson e Leonard Kirk. Título Panini: Avante Vingadores (a partir do #1).

Arte de Alex Ross para o Esquadrão Supremo


3. Nível: MEDIANO
>>HQs RAZOÁVEIS,
em que alguns arcos são melhores do que outros, mas no geral têm BOA qualidade, com momentos interessantes. Podem surpreender o leitor, inclusive os veteranos! Tecnicamente falando, não há como dizer que são “um lixo” rsrs. Há quem torça o nariz para alguns, mas curtem outros, e há quem realmente adore. Pessoalmente, gosto de boa parte deste material.

1. Spider-Man & Deadpool, Joe Kelly e Ed McGuiness. Título Panini: Homem-Aranha e Deadpool (do #1 em diante)
2. Guardians of the Galaxy, por Brian Bendis e Valerio Schiti. Título Panini: Guardiões da Galáxia (a partir do #1).
3. Rocket Raccoon and Groot, Skottie Young e Filipe Andrade. Título Panini: Guardiões da Galáxia (a partir do #1).

Página interna antes da colorização do novo Hulk por Frank Cho

4. Totally Awesome Hulk, de Greg Pak e Frank Cho. Título Panini: Avante Vingadores (a partir do #1).
5. Spider Man 2099, de Peter David e Will Sliney. Título Panini: Aranhaverso (a partir do #7).
6. Captain Marvel, por Michele Fazekas/Tara Butters com arte de Kris Anka. Título Panini: Avante Vingadores (#1 em diante).
7. Contest of the Champions, de Al Ewing e Paco Medina. Título Panini: Universo Marvel (a partir do #1).

Inumanos: é bom, mas poderia ser melhor…

8. Uncanny Inhumans por Charles Soule e Steve McNiven. Título Panini: Universo Marvel (a partir do #1).
9. Mercs for Money, de Gerry Duggan e Salva EspinTítulo Panini: Homem-Aranha e Deadpool (do #1 em diante)
10. Spider-Gwen, de Jason Latour e Robbi Rodriguez. Título Panini: Aranhaverso (a partir do #7).
11. Venon Space Knight, de Robbie Thompson e Ariel Olivetti. Título Panini: Universo Marvel (a partir do #1).
12. Web Warriors, de Mike Costa e David Baldeon. Título Panini: Aranhaverso (a partir do #7).

4. Nível: FRACO
>As PIORES HQs
atualmente, realmente ABAIXO DA MÉDIA.

1. Guardians of Infinity, de Dan Abnett e desenhada por Carlo Barberi.  Título Panini: Universo Marvel (do #1 ao #4).
2. Nova, de Sean Ryan e Cory Smith. Título Panini: Universo Marvel (a partir do #1).
3. Drax, de CM Punk e Cullen Bunn, desenhos de Scott Hepburne. Título Panini: Guardiões da Galáxia (a partir do #1).
4. A-Force, por G. Willow Wilson e Jorge Molina. Título Panini: Avante Vingadores (a partir do #1).
5. Punisher, de Becky Cloonan, Steve Dillon e outros. Título Panini: Justiceiro – encadernados capa cartão (dos números #4 a #7 da segunda série).

Bom, é isso.
Se somarmos os dois grupos superiores, há 29 títulos com qualidade acima da média. Volto a dizer: parte desta análise é pessoal, mas em grande parte é, de fato, embasada nas médias de críticas americanas, além da própria popularidade do material em comentários de leitores novos e veteranos. Esse grupo de 29 títulos, de modo geral, são muito bem avaliados. Os outros 17 dos grupos inferiores, não, porque as notas flutuam muito mais e certamente não dá para colocá-los como “qualidade garantida”.

Acredito que existe, neste momento em especial, muito leitor chateado com a substituição de um personagem clássico por outro mais jovem e, ainda por cima, no geral, representante de uma “minoria”. De fato, a Marvel vem promovendo fortemente a diversidade. O problema desse sentimento é que traz – para alguns fãs – uma má vontade em ler as histórias com os “substitutos”. Eu procuro fazer um esforço consciente em me abrir para “o novo”, até porque leitores veteranos como eu não precisam se incomodar com a aposentadoria (ou mesmo com a morte rsrs) de um grande herói, porque mais cedo ou mais tarde eles sempre voltam. SEMPRE!!

Acho louvável a iniciativa de Marvel em promover uma ampla renovação de personagens, que oxigena seu universo e permite o surgimento de novos ícones. Talvez precise fazer um “ajuste” para balancear seus quadros – e parece que fará isso a partir de Generations -, mas por enquanto vale a pena aproveitar a viagem.

Obrigado pela atenção!

Rápida Resenha de X-Men #2 – Panini Comics

A segunda edição da nova revista mensal com as equipes-X traz os Ciclopes na capa de Mark Bagley e tem data de fevereiro de 2017.

Capa da edição americana, que traz um logo bem diferente do da Panini

Capa da edição americana, que traz um logo bem diferente do da Panini

De fato, parece que a Panini está conseguindo agilizar os lançamentos, pelo menos aqui em São Paulo. Mas vamos aos comentários livres de spoilers.

Fabulosos X-Men 2: de Cullen Bunn e Greg Land
Bunn reintroduz uma famosa personagem no prólogo, que certamente trará desdobramentos importantes. Inesperado e bacana. Magneto e Psylocke investigam a morte de um mutante que cruzou o caminho da equipe na edição anterior, enquanto a dupla Dentes de Sabre e M partem para a ação, na tentativa de proteger uma das próximas vítimas dos assassinos – que, diga-se, é outro conhecido dos leitores. A trama está bem amarrada com a história prévia, e o ritmo é rápido e eficiente. Novamente, a arte de Land não incomoda, pelo contrário. Esta equipe pode surpreender nos próximos números, vamos acompanhar. Nota 6,5.

Novíssimos X-Men 2: de Dennis Hopeless e Mark Bagley
Os jovens X-Men originais entram em confronto com os Fantasmas de Ciclope, mas a batalha deixa a desejar. Gostei do novo visual do Anjo, mas sua interação com a X-23 – ou melhor, a nova Wolverine – está esquisita, pelo menos na hora da ação. Scott Summers ainda é o centro de gravidade da história, mas os demais ganham um bom espaço. O tom continua mais leve que as outras séries desta revista, mas esta segunda parte está menos coesa, com “quebras” e reviravoltas estranhas. Não está ruim, mas espero que melhore, porque a premissa é boa, com muito potencial. Nota 6,0.

Extraordinários X-Men 2: de Jeff Lemire e Humberto Ramos
Esta sim conseguiu manter o mesmo nível, repleta de surpresas e bons momentos. Colossus e Magik, que estão à procura do Noturno, provam mais uma vez que são uma dupla peso-pesado. Tempestade não tem sucesso no recrutamento de um “velho” aliado, mas os diálogos são críveis e contundentes. Lemire realmente é talentoso. A jovem Jean Grey é retratada com carinho e demonstra mais uma vez porque é uma excelente (re)adição ao Universo Marvel. Sobre a arte de Ramos, novamente achei bastante adequada, com uma ótima narrativa e as cores de Edgar Delgado colaboram em todos os cenários. Uma HQ de qualidade, sem dúvida. Nota 7,5.

Em suma: estou começando a gostar de Fabulosos; os Novíssimos são muito simpáticos; os Extraordinários tem um equipe segura e pode ser o carro-chefe da edição brasileira.

Nota Final desta Revista: 6,5

Rápida Resenha de X-Men #1 – Panini Comics

Inaugurando um novo modelo de resenha para cobrir os muitos lançamentos da Totalmente Diferente Nova Marvel aqui no Brasil. Do tipo curto, objetivo e, claro, sem spoilers.

A equipe dos Fabulosos ganha a capa da edição #1

A nova mensal dos X-Men agrupa as 3 equipes com títulos regulares no pós-Guerras Secretas. Acredito que a revista sempre trará uma história de cada. Vamos aos comentários da edição #1:

Fabulosos X-Men 1: de Cullen Bunn e Greg Land
Conhecemos a equipe de Magneto já em um momento de ação. É um time que visa não só proteger os mutantes, mas também combater ativamente os que querem destruí-los. Psylocke, Dentes de Sabre, Arcanjo e a poderosa Monet quebram tudo! Esta primeira história é simples e funciona mais como apresentação, inclusive dos antagonistas, uma equipe que não aparecia há tempos no Universo Marvel e que achei bacana, pertinente a este momento. A arte do Land está mais fluida e com boa diagramação, mas no geral não há nada de fabuloso. Nota 5,5.

Novíssimos X-Men 1: de Dennis Hopeless e Mark Bagley
Os jovens X-Men originais – que foram trazidos do passado para o presente – passaram por vários e instigantes acontecimentos na fase pré-Guerras Secretas. Esta série vai acompanhá-los no novo contexto que, vale lembrar, se passa 8 meses pós-Guerras. A história começa com os membros atuando separadamente, em diferentes localidades dos EUA, mas o Fera tenta reuni-los com a premissa de encontrar seu sumido colega Ciclope. O ex-líder da equipe ganha mais páginas e os melhores momentos, quando conhece novos mutantes e enfrenta preconceitos de múltiplos ângulos. A Nova Wolverine (X-23), Anjo, Homem de Gelo, Genesis (o jovem Apocalipse) e Oya completam a equipe. Texto muito bom, com foco nos personagens. Há muita vida, energia e esperança nestes jovens X-Men, ampliados pela arte sempre vibrante de Bagley. Nota 8,0.

Extraordinários X-Men 1: Jeff Lemire e Humberto Ramos
Esta parece ser a equipe “oficial”, da Escola Xavier, liderada pela Tempestade. É o oposto da história anterior: há drama e sofrimento, além de um espectro de desesperança. A experiente X-Man percebe que seus esforços para convivência pacífica com os humanos são insuficientes depois dos últimos acontecimentos (ainda um mistério), porque agora há muito mais ódio dirigido aos mutantes. Não diria que seja imprescindível ter lido algo antes, porque esta é de fato uma nova proposta e formação mas, como sempre acontece com os X-Men, ajuda! Colossus ganha um belo momento na sua terra natal, e a última página é muito bacana (surpresa!?). Também vemos Noturno, Magik, Homem de Gelo (o adulto) e Jean Grey (a adolescente). Parece que Lemire conseguiu capturar perfeitamente a essência destes ícones. A arte de Ramos está bem mais contida, sem exageros, o que pode agradar mais gente. Belo trabalho de cores. Nota 7,5.

Em suma: uma boa primeira edição, com 3 equipes bem diferentes e compostas pelos mais populares X-Men. Achei Fabulosos mais fraca, mas pode render bons momentos. Já as outras duas tem uma boa construção de personagens e potencial para grandes histórias.

Nota Final desta Revista: 7,0