Rápida Resenha de X-Men #13 – Panini Comics

Prosseguindo com a análise de todas as edições da (ainda) atual mensal dos X-Men, agora com 4 histórias por edição. Resenha sem spoilers desta publicação de janeiro de 2018.

Esta capa na verdade é da história de Fabulosos X-Men da edição anterior

Extraordinários X-Men 14 e 15: de Jeff Lemire e Victor Ibañez

A Panini colocou duas histórias da equipe de Lemire, partes 2 e 3 do arco iniciado na edição #12. Basicamente, enquanto Forge está no Laboratório tentando encontrar um modo de reverter a transformação do Colossus em um Cavaleiro do Apocalipse, duas duplas de X-Men estão em missões.

Em outra dimensão, Magia e Tempestade enfrentam uma equipe bem interessante de seres místicos e demonstram toda a experiência e domínio de seus vastos poderes. A sequência desta batalha é bem desenvolvida, com detalhes divertidos. Mesmo lendo quadrinhos de heróis há mais de 3 décadas, ainda me empolgo quando vemos super seres desconhecidos em ação pela primeira vez. Sinto aquele misto de temor e curiosidade pelo que vai acontecer. Enfim, deste encontro o leitor logo vai descobrir não somente o paradeiro de Sapna – a jovem pupila de Magia desaparecida – como uma enorme ameaça no horizonte próximo dos nossos X-Men.

Colossus já virou Fanático, Fênix e bandido antes, mas é a primeira vez que vira o Guerra, ou não? rsrs

A outra dupla, Noturno e Homem de Gelo, encara Colossus, ainda fiel à Apocalipse. Leitores veteranos já viram o russo “mudando de lado” ou sofrendo alguma outra transformação vilanesca semelhante pelo menos umas 3 vezes, então nada disso parece realmente definitivo ou mesmo perigoso.

Lemire ainda consegue mexer bem as peças e novamente faz com que a moçadinha da equipe, Glob, Enole e Ernst arranquem sorrisos em vários momentos.

Sobre o prolífico roteirista, vale novamente afirmar que o destaque deste título fica por conta da competência com que ele cria tantos bons momentos de interação entre os personagens. Ponto forte, aliás, também nos seus trabalhos autorais. Ver, por exemplo, a ainda adolescente Jean Grey – e aqui com uma aparência realmente doce e meiga – provocando o Velho Logan é surreal, especialmente sabendo o que suas clássicas versões “do universo regular” já protagonizaram.

Esta cena é legal demais – e esquisita também.

Victor Ibañez faz um trabalho melhor nestes dois capítulos, tanto nas expressões como nos enquadramentos. Vale ressaltar que há um outro artista envolvido aqui, Guillermo Mogorrón, responsável pelos “esboços”. Ponto para a editoria que percebeu as limitações do Ibañez e trouxe um reforço para aprimorar o resultado final.

O capítulo se encerra de forma verdadeiramente ameaçadora para todos os mutantes do Abrigo-X. O clímax se aproxima rapidamente. Parece que desta vez o fim, sem dúvida, está próximo. Nota 7,5.

Novíssimos X-Men 13: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

Hopeless traz uma história diferente, onde o trio de amigos Idie, Kid Apocalipse e o Homem de Gelo saem para uma baladinha em Miami, com a clara intenção de agitarem um namorado para o jovem Bobby Drake.

É quase uma tradição nas revistas dos mutantes breves momentos de paz entre arcos repletos de batalhas e violência. Partidas de baseball, passeios na praia, um dia na piscina e baladas foram mostradas diversas vezes.

A maior novidade aqui, sem dúvida, é a abordagem direta na homossexualidade do Homem de Gelo do passado, uma questão polêmica para alguns dos fãs mais antigos e, acho, os que não curtiram essa saída do armário vão torcer o nariz para este capítulo.

De fato, adultos escrevendo momentos de descontração de jovens millenials é arriscado e muito difícil de fazer sem parecer piegas, mas acho que o roteirista consegue um resultado razoável, graças em grande parte ao trabalho cuidadoso de Mark Bagley.

Há um momento “de ação” no final, com a participação especial de uma equipe de Inumanos e um novo personagem que, ao que tudo indica, deve aparecer outras vezes. No geral, os muitos clichês atrapalham o clima leve da história.
Nota 6,0.

Fabulosos X-Men 12: de Cullen Bunn e Greg Land

O capítulo começa no passado, quando Magneto recruta Psylocke para a formação desta equipe. Mas logo Bunn nos transporta para o presente, no Clube de Inferno, que agora conta com a Monet como Rainha Branca. Confesso que é difícil aceitar certas situações, mesmo com alguma boa vontade. Como Betsy Braddock fica “numa boa” na mesma sala com Sebastian Shaw e Black Tom Cassidy, dois vilões e assassinos? Ela até questiona Magneto: “O que espera conseguir aqui, Erik?” mas, continua impávida, tanto ela quanto Dentes de Sabre. Pois é, como já disse, fica complicado.

Turminha pesada para andar  com Monet e Psylocke não? Ah, pois é, o Clube do Inferno voltou a ser comandado por adultos

A história melhora quando mostra o “Complexo de Pesquisa das Corporações Futuro no Oceano Atlântico”, onde os Fabulosos enfrentam aqueles novos mutantes mostrados na edição anterior. Greg Land continua apenas mediano, com algumas boas cenas de luta e um belo Pássaro Negro, mas quando há mais talking heads suas limitações chegam a cansar. Nota 4,5.

Nota Final desta Revista: 6,0.

Rápida Resenha de X-Men #12 – Panini Comics

A revista completa 1 ano e novos arcos começam. Jeff Lemire, Cullen Bunn e Dennis Hopeless continuam nos títulos. O que achamos? Resenha praticamente sem spoilers desta publicação de dezembro de 2017.

A Panini escolheu a arte de Greg Land para a capa da edição 12

Extraordinários X-Men 13: de Jeff Lemire e Victor Ibañez

Lemire traz, logo de início, Magia procurando pistas sobre o desaparecimento de Sapna, resgatando assim um dos subplots que ele ainda conseguiu encaixar durante as tumultuadas Guerras Apocalípticas. Tempestade aparece para ajudar, mas uma bizarra equipe de super seres estão dispostos a impedi-las. Interessante.

Lemire não perde a chance de introduzir novas criações para o Universo Marvel

Há outras duas duplas bem trabalhadas pelo autor nesta história: o Velho Logan e um amargurado Forge, que conseguiu criar uma prisão para o Apocalipse; e Noturno e Homem de Gelo, que investigam bases do Clã Akkaba atrás do Colossus. É um novo arco totalmente calcado nos arcos anteriores, o que não é necessariamente ruim, porque mostra que Lemire, afinal, tem um “plano”. A arte de Ibañez em geral é boa, especialmente nas cenas de luta do Noturno, realçada pelas belas cores de Jay David Ramos, mas há algumas páginas onde a narrativa fica um pouco truncada.

Ibañez capricha nas cenas com o Noturno

Como sempre, esta é uma equipe gostosa de acompanhar, especialmente, volto a dizer, pela qualidade dos diálogos, que trazem um bom desenvolvimento de cada personagem, drama e humor na medida certa. Nota 7,0.

Novíssimos X-Men 12: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

Ao contrário dos outros dois títulos mutantes, os Novíssimos ignoram completamente a saga Guerras Apocalípticas encerradas na edição #11. Ciclope, ainda se recuperando dos graves ferimentos infligidos pelo Groxo (quem diria!) tenta ajudar uma impaciente Laura Kinney (X-23/Wolverine) – agora uma verdadeira amiga – a liberar sua energia e acabar com suas frustrações e, para isso, a envia para uma sequência de missões perigosas pelo mundo, utilizando o teleportador Picles. A primeira parada dela é na “Amazônia Brasileira”, o que é legal. Há um plot twist bem encaixado e o autor consegue ainda resolver – em parte – a situação emocional de dois dos jovens X-Men da equipe. No encerramento, a revelação de uma provável futura ameaça. História recheada de ação, com Bagley conduzindo as batalhas com uma “câmera” sempre agradável, dinâmica, boas composições de página e dos personagens. O Anjo, em especial, aqui na sua versão “cósmica”, pós-Vórtice Negro (uma saga que envolveu os Guardiões da Galáxia) está muito bem retratado, tudo amplificado com a arte-final perfeita de Andrew Hennessy e as sempre vibrantes cores de Nolan Woodard.

O jovem Anjo em sua poderosa versão Vórtice Negro, na vibrante arte de Bagley, Hennessy e Woodard

Depois de um arco morno, esta história fechada é uma agradável leitura porque parte de uma premissa simples mas pertinente à breve história desta equipe e traz uma pegada super-heroica moderna, autêntica, vibrante. Há uma splash page com um lindo retrato de dois personagens. Nota 7,5.

Fabulosos X-Men 11: de Cullen Bunn e Greg Land

Novo arco, que começa bem, com uma equipe de superseres desconhecidos, aparentemente todos novos mutantes, invadindo uma instalação militar. Clichê? Claro, mas ainda assim interessante rsrs. Depois dessa agitada introdução, Bunn resgata nossos anti-heróis e mostra um pouquinho de cada um deles, que agora estão em uma base na Terra Selvagem, dando mais páginas para uma caçada do Dentes-de-Sabre na floresta. Apesar da “dura” que a Psylocke deu em Magneto na edição anterior, dando a impressão que abandonaria a equipe, ela também está aqui e novamente concorda em ingressar em uma missão (ai, ai). O final traz uma revelação… ok, e parece que teremos o retorno repaginado de uma equipe vilanesca clássica. Continuo achando Fabulosos bem mediano, às vezes sem graça, em suas múltiplas subtramas requentadas. Greg Land volta a fazer seu trabalho convencional, totalmente calcado em fotografia, e com menos imaginação nos layouts do que no começo da série. Nota 5,5.

Nota Final desta Revista: 6,7.

Rápida Resenha de X-Men #11 – Panini Comics

Última edição das Guerras Apocalípticas. Uma saga que achei bem mediana. Resenha com alguns spoilers, mas é uma revista de novembro de 2017

Arcanjo liderando um enxame de clones na capa de Greg Land

Novíssimos X-Men 11: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

No Egito Antigo, a versão adolescente do Apocalipse e seu clone, Evan, voltam ao acampamento dos Cavaleiros da Areia para resgatar o Fera. Este pretende recuperar o Olho de Hórus – um artefato místico obtido com o Doutor Estranho algumas edições atrás – e com ela retornar ao presente. Porém Evan acha que é seu dever “salvar” En Sabah Nur enquanto é bom e heroico antes que se corrompa. O pai adotivo de Nur, Baal e o místico do bando (cujo nome não é citado), porém, tem planos diferentes e começam a “endurecer” o temperamento do jovem mutante. Enfim, não há novidades neste capítulo final. O arco termina com a amizade entre Fera e Evan bastante abalada, mas o desfecho era o mais esperado.O trio de artistas – Bagley no lápis, Andrew Hennessy na arte-final e Nolan Woodard nas cores – entregam um bom feijão com arroz, embora ainda ache tudo muito “limpo e vibrante” para o local e a ambientação. Não é uma HQ ruim, os envolvidos são todos profissionais, mas o saldo é um arco morno, aquém dos anteriores. Nota 5,5.

Extraordinários X-Men 12: de Jeff Lemire e Humberto Ramos

Lemire e Ramos entregam outro número repleto de ação, com a batalha final entre os Cavaleiros do Apocalipse deste futurista Mundo Ômega (o ano é 3.167 DC) contra os X-Men da Tempestade reforçados pelos adolescentes – agora um pouco mais maduros e definitivamente mais poderosos – Glob, Ernst, Anole e Não-Garota (a antiga “Turma Especial” da fase Morrison ficou 1 ano perdida neste planeta). Um fato curioso é que, entre os 4 Cavaleiros desta realidade, apenas um é mutante: Colossus, Deadpool, Cavaleiro da Lua e Venon.

Apocalipse e seus 4 Cavaleiros quase sem mutantes

Noturno tem uma participação marcante em todo o arco, mas de fato todos tem seus bons momentos. Lemire ainda coloca uma dúvida cruel na Magia em relação à sua protegida Sapna. Esses momentos com linhas narrativas diferentes são sempre bem dosados e surgem com naturalidade. O final traz ao menos um fato realmente inesperado que vai trazer consequências futuras imprevisíveis. Só vai levar uma nota um pouco menor porque não tivemos tantos diálogos inspirados como nas anteriores. Nota 7,0.

Fabulosos X-Men 10: de Cullen Bunn e Ken Lashley

Fechando a edição, outra conclusão de arco. Esta equipe estava envolvida com a situação do presente das Guerras Apocalípticas e, infelizmente, é a mais pretensiosa e a menos interessante. Pelo menos, trouxe vários desfechos. O primeiro é com relação a Monet e seu irmão, o vilão Sangria, nos túneis dos Morlocks. É algo até esperado, embora pessoalmente não tenha gostado. O que é estranho, mesmo, é o argumentista ter simplesmente se esquecido de mencionar o paradeiro da Callisto após ela ganhar tanta exposição nos capítulos anteriores. O segundo desfecho envolve a confusa situação daquele Arcanjo “sem mente”, que estava com a equipe desde o começo, servindo cegamente a Magneto, e o Anjo “sem asas” que foi apresentado no começo deste arco. Pobre Anjo/Arcanjo… sua personalidade nunca mais teve sossego desde que virou um Cavaleiro do Apocalipse pela primeira vez. A conferir o que será dele. O terceiro desfecho é da Psylocke com relação ao próprio Magneto e seus segredos e manipulações. Acho que demorou um pouquinho para tomar essa atitude, mas está valendo. Uma interrogação: o poderoso Holocausto surgiu radiante no capítulo anterior mas (aí vai um spoiler) foi rapidamente derrotado pelo Magneto. Acreditava que o mestre do magnetismo estava bastante enfraquecido no começo desta série, pelo menos é o que foi dito lá na edição #1 (por conta da saga Vingadores Vs. X-Men). Será que perdi alguma explicação? Embora de fato essa limitação vinha sendo convenientemente esquecida, foi uma surpresa vê-lo derrotando tão facilmente o filho do Apocalipse. Finalmente, Bunn não esqueceu de Fantomex e Mística. Ufa! Muitos personagens, situações com dramas complexos mas trabalhados superficialmente e sem explicações convincentes, tudo em uma arte dura e às vezes bem confusa. Nota 4,5.

Nota Final desta Revista: 5,6.

Rápida Resenha de X-Men #10 – Panini Comics

As Guerras Apocalípticas são o foco desta revista, onde as 3 equipes mutantes enfrentam ameaças relacionadas ao supervilão Apocalipse em diferentes linhas temporais. Resenha praticamente livre de spoilers.

As Guerras Apocalípticas continuam

Novíssimos X-Men 10: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

No Egito antigo, enquanto um ferido Fera é capturado pelo bando de saqueadores chamados Cavaleiros da Areia, Evan começa a desenvolver uma improvável amizade com En Sabah Nur – o futuro Apocalipse – que é ainda um adolescente, como ele mesmo. Bom, para os que não sabiam, Evan é um clone do próprio Apocalipse (as revistas dos X-Men são conhecidas por terem um universo definitivamente complexo!). Uma outra curiosidade é que os autores trazem Baal, o pai de En Sabah Nur e comandante dos tais Cavaleiros da Areia e introduzem um outro personagem, um místico que diz ter servido ao Faraó Rama-Tut. Os aficionados da Marvel das antigas imediatamente vão saber que o estranho místico está se referindo a uma versão do vilão Kang que governou o Egito e enfrentou o Quarteto Fantástico em uma história dos anos 60, por Stan Lee e Jack Kirby. Pois é… talvez hoje em dia isso possa ser considerado um easter egg bem encaixado pelo Hopeless, ou talvez seja apenas um daqueles momentos bacanas que só um imenso universo compartilhado como o da Marvel permite trazer.

Na capa da edição americana, Bagley retrata o encontro dos 2 jovens Apocalipses

Os desenhos de Bagley continuam vibrantes e perfeitos como sempre, bem como as cores de Nolan Woodard. Na verdade, talvez neste caso o traço limpo de Bagley seja um problema, afinal seu Egito antigo parece cenário de uma sitcom adolescente, onde todos são saudáveis e bem vestidos, perambulando em cenários bonitos e agradáveis. Vale registrar que a história também apresenta Erika, uma jovem aventureira e rica, aparentemente muito amiga de En Sabah Nur, que pode ter tido uma forte influência sobre ele. Fiquei intrigado como ela e muitos outros que o encontram parecem não se importar com sua aparência, afinal era um jovem mutante azul. História bem simples, com bons desenvolvimentos dos personagens mas sem nenhum grande momento. Nota 6,5.

Extraordinários X-Men 11: de Jeff Lemire e Humberto Ramos

Em um futuro literalmente “apocalíptico”, o Velho Logan é possuído pelo simbionte Venon e encara Jean Grey, enquanto os outros 3 Cavaleiros do Apocalipse enfrentam os demais X-Men. Ao mesmo tempo que precisam conter um bombado Colossus, a equipe claro quer salvá-lo, o que gera ainda mais tensão. Boas sequências de batalhas, com Humberto Ramos entregando uma arte vibrante.

Grey Vs Logan (+ Venon) by Humberto Ramos

Lemire continua bem, acrescentando pequenos detalhes, diálogos, situações que prendem a atenção e às vezes até surpreendem um leitor veterano como este aqui. Há, por exemplo, um momento inusitado e muito bacana com a Ernst – personagem que os escritores adoram incluir em suas equipes-X mas que em geral é esquecida durante as histórias. Ela e os demais membros da “Turma Especial” (lá da fase do Grant Morrison) são muito bem aproveitados neste arco. Tempestade e Noturno ainda abordam Apocalipse cara a cara. Ação desenfreada muito bem feita. Vale a leitura. Nota 7,5.

Fabulosos X-Men 9: de Cullen Bunn e Ken Lashley

Para mim, sem dúvida esta é a mais fraca das histórias desta saga, tanto no roteiro quanto na arte. Há 3 linhas narrativas. A primeira é da Monet contra seu irmão, Sangria, nos túneis dos Morlocks, com a participação do Dentes de Sabre e da Callisto. Não vejo ligação destes fatos com o Apocalipse, a não ser que parte da equipe não está disponível para ajudar… Magneto, o foco da segunda linha narrativa, que é salvo pela Mística mas logo se deparam com Holocausto (o vilão que está na capa da revista) e seu clã de adoradores Akkaba. A terceira linha apresenta Psylocke e Fantomex lidando diretamente com o Arcanjo. Enfim, é uma grande confusão. O fato de termos vários vilões saídos dos anos 90, com uma arte também nesse estilo do Lashley, parece ter “inspirado” o roteirista Bunn em diálogos cheios de “atitude” e ameaças vazias. A opção em fracionar a história – a cada 3 páginas temos uma mudança de linha narrativa – em uma série de situações que não empolgam e um grupo de personagens que não confiam uns nos outros, ora brigam entre si, ora decidem salvar fulano mas criticar beltrano, traições e alianças que surgem e somem sem a menor pausa para desenvolver suas motivações irritam. Talvez a necessidade de incluir os Fabulosos nas Guerras Apocalípticas tenha atrapalhado o autor, mas não adianta culpar o editor ou “a Marvel”. Nota 4,0.

Nota Final desta Revista: 6,0.

Rápida Resenha de X-Men #9 – Panini Comics

O evento Guerras Apocalípticas entra em seu terceiro mês e as equipes mutantes se espalham entre o presente, o passado e o futuro. Resenha praticamente livre de spoilers.

Capa de Ken Lashley com os Novíssimos X-Men

Extraordinários X-Men 10: de Jeff Lemire e Humberto Ramos

Após revelar que o pequeno grupo de adolescentes perdidos em um futuro apocalíptico constituído por GlobNão-Garota, Anole e Ernst ficou um ano (!) viajando por entre cidadelas, escapando de inúmeras ameaças e sem saberem como retornar à sua realidade, Lemire renova as esperanças do quarteto com a chegada de Tempestade e sua equipe, que precisam enfrentar os 4 Cavaleiros do Apocalipse do local, que inclui seu ex-colega Colossus. O russo foi arremessado para esse futuro com os jovens e, para salvá-los, fica para trás e é capturado pelos asseclas de Apocalipse que, como de praxe, adora transformar um dos X-Men em seu Cavaleiro líder, Guerra. Ramos cria boas cenas da batalha, e vale ressaltar que sua Cérebra no corpo de um Sentinela é muito impressionante. As cores de Edgar Delgado são excelentes com suas bem dosadas luzes e efeitos. Adoro como trabalha os tons dos fundos, criando atmosferas caprichadas para cada ambiente (a propósito, a Panini esqueceu de colocar os créditos aqui). A história ainda traz outra frente narrativa, estrelada por Magia, que parece ter criado um forte vínculo com Sapina. Lemire ainda consegue entregar reviravoltas, diálogos contundentes (pobre Forge…) e uma última página daquelas que pedem para o leitor voltar no mês seguinte. Nota 7,5.

Novíssimos X-Men 9: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

Finalmente a equipe entra no mini-evento Guerras Apocalípticas e, como Gênesis faz parte do time, nada mais natural que Hopeless foque no jovem clone do próprio Apocalipse. O autor opta por revelar ao leitor os pensamentos de Evan enquanto acontece sua agitada festa de 16 anos, repleta de convidados ilustres, incluindo um Kid Gladiador atacando de DJ. Assim, temos uma bem-vinda recapitulação de sua origem, que certamente terá impacto neste arco. Gostei de ver, também, que o roteirista continuou desenvolvendo os eventos da edição anterior com Hank McCoy. Sem contar muito, Gênesis e o Fera serão enviados ao passado. Não sei como isso se ligará com o que está acontecendo nos outros dois títulos, mas fica claro agora que cada equipe-X está de alguma forma envolvida com o vilão da saga em um período diferente do tempo. Porém, a situação com a qual a dupla se envolve não me pareceu muito interessante, mesmo nesta edição especial com 30 páginas.

Desenhos e cores vibrantes deixam este título um colírio para os olhos

Quanto à arte, Bagley está de volta e sua presença é sempre gratificante. Acho um dos mais competentes desenhistas em atividade para retratar adolescentes e suas constantes crises existenciais, sua vivacidade, as expressões faciais, além claro da sequência narrativa que flui tranquilamente, como é de praxe de um grande veterano. As cores de Nolan Woodard realmente ganham muito mais vida no papel LWCNota 7,0.

Fabulosos X-Men 8: de Cullen Bunn e Ken Lashley

Ken Lashley, o desenhista escalado para ilustrar este arco dos Fabulosos, deve muito aos anos 90, e não necessariamente no bom sentido. Sim, porque os 90 nos quadrinhos norte-americanos mainstream produziu excessos de vários tipos – alguns dos quais o artista não perde a chance de nos lembrar – mas também trouxe obras memoráveis e grandes fases de vários personagens e autores. Expressões faciais frias, corpos com movimento duro, pin ups de bad boys and bad girls no meio da narrativa são alguns exemplos de problemas da arte de Lashley. Certamente há quem goste, mas depois de ver Humberto Ramos e especialmente Mark Bagley nas histórias anteriores, tais características saltam aos olhos. Mesmo não sendo unanimidade, tanto Ramos quanto Bagley são storytellers visuais muito superiores, e contam com aquilo que talvez seja o mais difícil de conseguir criar ao se trabalhar em HQs de super-heróis: um estilo próprio para chamar de seu! É abrir uma das páginas e imediatamente o leitor habitual identifica o nome do desenhista. Lashley é daqueles que ainda está à procura (será?) de uma marca própria. Quanto ao roteiro, novamente temos um autêntico “capítulo intermediário”, mas estou ficando um pouco entediado com os constantes dramas de Psylocke, Magneto e o Anjo/Arcanjo, que parecem não se resolver no tempo certo. A história paralela, com Dentes de Sabre, M e os Novos Morlocks também não empolga, porque o vilão que enfrentam é uma ameaça requentada de histórias esquecíveis da equipe Geração M dos anos… 90! Pelo menos Bunn traz Fantomex, ainda meio que sem uma justificativa muito clara, mas o anti-herói mutante é sempre promessa de algo interessante, especialmente quando encontra Betsy Braddock. Sem dúvida a revista mais fraca do trio de títulos de equipes-X desta Fase da Marvel, mas que ainda pode reencontrar o caminho bacana das primeiras edições após este evento e, com certeza, com outro desenhista. A conferir. Nota 5,0.

Nota Final desta Revista: 6,5.

Rápida Resenha de X-Men #8 – Panini Comics

Segunda edição com histórias da saga Guerras Apocalípticas, um evento restrito aos títulos das equipes-X. Resenha livre de spoilers.

Começa a ser revelado porque há um Anjo e um Arcanjo

Novíssimos X-Men 8: de Dennis Hopeless e Paco Diaz

Após os eventos das últimas edições em Paris, o jovem Hank McCoy, também conhecido como o Fera, ainda na versão humana, está inconformado com a gravidade dos ferimentos de Ciclope. Parece decidido que não dá mais para ele e seus companheiros adolescentes permanecerem no presente. Uma notícia na televisão envolvendo o Doutor Estranho chama a atenção de Hank, que decide pedir auxílio ao Mestre das Artes Místicas para voltar no tempo. Esta é uma história completamente diferente de Novíssimos, um team-up do Fera com Stephen Strange (que por acaso também apareceu na edição #7) e, embora nada muito original, é bem trabalhada por Hopeless, decididamente um roteirista versátil, capaz de imprimir uma voz adequada para personagens bem diferentes, incluindo o mágico. Embora cético, Fera aceita a sugestão do aliado e, ao usar um artefato chamado “O Terceiro Olho do Hórus”, gera diálogos e situações interessantes. Pela primeira vez, o desenhista regular, Mark Bagley tirou uma folga e, em seu lugar, temos o convidado Paco Diaz. Ele e a colorista, Rachelle Rosenberg, criam uma arte agradável e especialmente criativa ao retratar o “mundo místico” e as criaturas que são a ameaça desta ligeira aventura. Tal decisão artística certamente é influência do trabalho de Chris Bachalo nas atuais histórias solo do Doutor Estranho. Ah, sim, Novíssimos X-Men ainda não tem interligação com as Guerras Apocalípticas. Nota 6,5.

Extraordinários X-Men 9: de Jeff Lemire e Humberto Ramos

Segunda parte do arco Guerras Apocalípticas dos Extraordinários, novamente muito bem conduzida por Lemire e Ramos, que pegam o gancho da edição anterior e imediatamente se concentram em revelar o que aconteceu com Colossus e os adolescentes que ficaram “perdidos no futuro”, os exóticos Glob, a Não-Garota, Anole e Ernst. E que viagem! Lemire desenvolve os personagens enquanto os deixa em constantes situações ameaçadoras, em um cenário caótico, povoado por dezenas de raças, mas nenhuma delas mutante. Tempestade e sua equipe pouco aparecem, mas os 4 Cavaleiros do Apocalipse dessa nova realidade futurista, sim. Sem spoilers, mas sem dúvida são verdadeiramente uma surpresa e “totalmente diferentes”. Estava preocupado com mais um futuro distópico dos mutantes, mas este é mesmo único, diferente das versões de Cable, Bishop e Dias de um Futuro… além disso, a aventura dos jovens mutantes é tão bem contada que esse cenário deixa de ser um provável problema e passa a ser, de fato, uma agradável criação. Nota 8,0.

The Kids Are Alright, aren´t they?

Fabulosos X-Men 6.2: de Cullen Bunn e Paco Medina

História curta, que o roteirista usa para mostrar um pouco da repercussão que as ações de Magneto e seus Fabulosos estão gerando, tanto na mídia, quanto para outros mutantes. Gostei do resgate de Valerie Cooper, que foi uma personagem humana coadjuvante recorrente nos anos 90 e andava esquecida pelo editorial. A melhor parte, contudo, é a conversa entre Magneto e Xorn. Esse é um mutante ainda enigmático para mim. Como fiquei um tempo sem acompanhar as revistas X, tenho lacunas de informação mas, pelo que dá para entender, este Xorn, embora poderoso, é mesmo pacifista. Nota 6,0.

Fabulosos X-Men 7: de Cullen Bunn e Ken Lashley

Bunn divide a equipe em duas frentes de ação, aparentemente desconectadas entre si, mas decide começar com um flashback de Magneto daquele período de 8 meses entre o final de Guerras Secretas e o começo da fase Totalmente Diferente Nova Marvel. Esse breve interlúdio e, talvez, este arco inteiro relacionado a Guerras Apocalípticas podem esclarecer algumas das várias subtramas que o autor vem desenvolvendo desde a edição #1. No presente, enquanto Magneto e Psylocke estão no Alabama investigando o surgimento de um jovial Warren Worthington, o Anjo, mas sem asas e pregando em uma Igreja, Dentes de Sabre e M encontram Callisto e os Novos Morlocks, ameaçados por um vilão também associado à saga Era do Apocalipse original, de meados dos anos 90. Na edição anterior também apareceu um desses, mas na aventura dos Extraordinários. Aqui, na verdade, surgem dois! A história tem um ritmo rápido, talvez até demais, mas continua interessante, repleta de mistérios. Ken Lashley parece um artista limitado, especialmente nas feições, mas entrega um bom trabalho em páginas dinamicamente bem construídas. Típico capítulo intermediário de um arco maior, mesmo assim tem um epílogo que retoma a introdução. HQ razoável, um bom passatempo. Nota 6,5.

Nota Final desta Revista: 6,8.

Rápida Resenha de X-Men #7 – Panini Comics

Na capa, chamada para o início da saga Guerras Apocalípticas

Uma saga que interligará os 3 títulos dos X-Men começa nesta edição, que novamente conta com uma história de cada equipe, mais uma extra curta. Resenha livre de spoilers, confira e comente! As “Guerras Apocalípticas” devem durar vários meses.

Novíssimos X-Men 7: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

Continuação da aventura dos jovens X-Men em Paris, este título ainda não está interligado com a saga “As Guerras Apocalípticas”. Após o embate com Blob vamos acompanhar, com uma boa dose de desespero, o cativeiro de Ciclope contra outro dos primeiros inimigos da equipe, Groxo. Para os que estão começando a desvendar o enorme contingente de personagens que frequentam as páginas dos mutantes da Marvel, Groxo é, tradicionalmente, um dos vilões menos perigosos de todos os tempos, tendo sido lacaio de Magneto ou faxineiro na Mansão-X. Por isso mesmo, não é corriqueiro que ele se torne uma ameaça, mas a situação criada por Hopeless é interessante, porque possível. Enquanto sofre nas mãos de Groxo – com direito a uma das cenas mais brutais que já vi com um X-Men -, Ciclope usa sua mente estratégica para tentar escapar, mesmo imaginando que o resto da equipe deve estar à sua procura. Bagley continua se destacando, criando sequências tensas, intercaladas com cenas de convivência também muito bem delineadas. Grande parte da qualidade da arte é, sem dúvida, efeito de Nolan Woodard nas cores. Nota 7,5.

Extraordinários X-Men 8.1: de Jeff Lemire e Humberto Ramos

A primeira parte das “Guerras Apocalípticas” é conduzida com categoria por Lemire e Ramos, que trazem de volta um grotesco vilão, eternamente associado à saga da realidade alternativa da Era do Apocalipse, de 1994. Mas, se você desconhece essa história e esse tal vilão, não se preocupe, dá para começar a ler esta revista sem esse backgroundTempestade está planejando os próximos passos de sua poderosa e vasta equipe, em um diálogo bem costurado com o Velho Logan, quando são interrompidos com uma notícia perturbadora: de repente, surgiram 600 novas assinaturas de mutantes em Tóquio. É algo completamente inesperado porque a Névoa Terrígena dos Inumanos tem impedido o surgimento de mutantes no mundo Marvel. Colossus, Cérebra e alguns dos estudantes do Abrigo-X resolvem investigar. A premissa estava interessante, até o epílogo. Na verdade, algo que me preocupa é que esta saga envolverá, pelo jeito, viagens no tempo e versões alternativas de nossos queridos X-Men – o que pode ser muito bom, dependendo da história, mas também pode ser enfadonho, porque é um recurso utilizado inúmeras vezes, inclusive recentemente. Victor Olazaba é um colorista talentoso e ajuda a deixar este título moderno. Vamos aguardar os desdobramentos. Nota 8,0.

Extraordinários X-Men 8.2: de Jeff Lemire e Victor Ibañes

Curta, porém bem desenvolvida história de Magia e Sapina – uma nova personagem que apareceu pela primeira vez na edição #1 – em visita ao Doutor Estranho. É sempre válido quando a editora promove histórias que conectam os X-Men ao resto do Universo Marvel. E nada mais natural do que o Mago Supremo para investigar os dons de Sapina. Este é outro exemplo da competência de Lemire. Em poucas páginas, há ação, grandes revelações, ótimas caracterizações dos personagens e tudo com diálogos bem construídos. Ibañes entrega outro bom trabalho e parece se consolidar como o desenhista escalado para intercalar as HQs dos Extraordinários com Humberto Ramos. Nota 8,0.

O bom Doutor em uma rara aparição no título dos X-Men

Fabulosos X-Men 6: de Cullen Bunn e Ken Lashley

Novo desenhista no título, Lashley é veterano na Marvel e já trabalhou com os mutantes. Não sabemos se ele continuará nos Fabulosos de vez, mas como este é também um capítulo das Guerras Apocalípticas fica a expectativa de que pelo menos cuidará de todo este arco. O foco, como não poderia deixar de ser, já que estamos tratando de uma saga que envolve Apocalipse, é o Anjo, que já foi um de seus Cavaleiros e teve diversas transformações físicas e espirituais desde então. O Anjo atual, é preciso lembrar, é um enigma e Psylocke parece finalmente disposta a desvendá-lo. Há recapitulações da confusa trajetória do herói alado em uma história lenta, que ganha alguma movimentação quando o foco muda para a missão de Monet e Dentes de Sabre, mas nada muito interessante. O clifhanger, contudo, é bem curioso – ponto para Bunn, que parece capaz de reciclar temas tradicionais da mitologia mutante com uma certa criatividade. Nota 6,0.

Nota Final desta Revista: 7,3.

Rápida Resenha de X-Men #6 – Panini Comics

Arte de Humberto Ramos só na capa de X-Men #6

Pela primeira vez nesta série, temos duas aventuras da equipe da Tempestade. Quem ficou de fora foram os Fabulosos de Magneto. Além disso, Humberto Ramos só está na capa, tendo sido momentaneamente substituído em Extraordinários pelo espanhol Victor Ibanez. Confira a resenha da edição de junho de 2017 dos X-Men.

Extraordinários X-Men 6: de Jeff Lemire e Victor Ibanez

Dando sequência ao gancho da edição anterior, acompanhamos a equipe conhecendo o Mundo Bizarro, uma nova região presente na Terra Marvel desde Guerras Secretas (o tie-in que a abordou não foi publicado no Brasil), que é uma conjunção de vários mundos malucos, repletos de magia, populações e criaturas fantásticas. Quem leu Esquadrão Supremo na revista mensal Avante, Vingadores! já sabe do que se trata. E, por falar em Magia, Illyana tem uma participação importante, inclusive desenvolvendo uma aproximação com Sapina, a jovem mutante indiana salva na primeira edição desta revista e que, aparentemente, tem também poderes místicos. Como de praxe, Lemire insere bons momentos de desenvolvimento de todos os personagens – entre grandes amigos, como de Colossus com Logan, ou longe disso, como entre o professor Homem de Gelo e o aluno Anole – ou seria o contrário neste caso? Há também ação, mas não é o mais marcante. É estranho ver esta equipe pela primeira vez com outro traço que não seja o ultra cartunesco de Humberto Ramos, mas Ibanez não é principiante e dá conta de entregar um bom trabalho, embora sem novidades. As criaturas do Mundo Bizarro são interessantes e as cores de Jay David Ramos compõem uma arte de qualidade. Tempestade ganha ótimos momentos e é, definitivamente, a estrela desta série. Nota 7,5.

Extraordinários X-Men 7: de Jeff Lemire e Victor Ibanez

A aventura no Mundo Bizarro continua, agora com outro mutante relativamente famoso  e até então desaparecido desde o “evento do passado que ainda não foi publicado” (que seria Inumanos Versus X-Men), mas desta vez o foco está na tentativa de Tempestade e de Jean Grey em tentar compreender o que deixou Noturno tão assustado e confuso. A estratégia é uma viagem telepática que, embora longe de ser inovadora, aqui rende momentos poderosos de narrativa gráfica, com um final perturbador muito bem conduzido pelo roteirista. Ibanez arrisca mais e a história ganha momentos realmente interessantes. Não sei se termina aqui o segundo arco, mas ficamos com aquela incrível vontade de ler mais – e rapidamente – histórias destes grandes personagens. Nota 8,0.

Novíssimos X-Men 6: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

Este capítulo mantém o ritmo intenso da edição anterior, com Blob ainda dando muito trabalho para os jovens X-Men. A batalha gera momentos de tensão, Fera tem um momento de desilusão intelectual muito apropriada e um de seus colegas finalmente mostra que já não é mais o mesmo em uma sequência inesquecível de coragem e poder! Hopeless parece cada vez mais à vontade com os personagens, e resgata um plot que lançou algumas edições atrás para introduzir uma nova ameaça. Esse é um vilão menor e sua presença em Paris está sem explicação, parecendo a princípio extremamente conveniente, ainda mais com Blob no mesmo dia, mas vamos ver como isso será resolvido na próxima edição. Um dos aspectos mais interessantes de Novíssimos X-Men é que o autor está conseguindo trocar o foco entre o vasto elenco a praticamente cada edição. Em um primeiro momento parecia que a estrela seria o jovem Ciclope, mas todos estão ganhando espaço para desenvolvimento, como Idie. Sem dúvida, ter Mark Bagley em ótima fase ajuda também. Nota 8,0.

Nota Final desta Revista: 8,0

Rápida Resenha de X-Men #5 – Panini Comics

Blob Ataca!

Na edição de maio de 2017 da nova revista dos X-Men, o destaque é o confronto entre os Novíssimos e Blob, e o final dos primeiro arcos dos Fabulosos e dos Extraordniários. Resenha com spoilers mínimos – só uma ou outra pequena informação para situar o leitor.

Extraordinários X-Men 5: de Jeff Lemire e Humberto Ramos

O primeiro arco de histórias da equipe da Tempestade conclui com uma grande, longa, convoluta e, às vezes, sem graça batalha contra o Senhor Sinistro e sua última criação: um híbrido disforme e instável de DNA inumano com mutante. Há alguns diálogos bacanas, mas este capítulo serve, sobretudo, para (finalmente) reunir a equipe completa. É interessante destacar que, embora o Velho Logan seja de fato uma atração à parte, sobretudo pelo seu deslocamento temporal em uma época em que o Wolverine original está morto, todos os personagens principais estão passando por transformações significativas. O apelo deste título segue, portanto, na interação entre heróis conhecidíssimos que, por estarem neste momento de transição, os tornam quase completamente estranhos, mesmo para leitores veteranos. É material poderoso para um bom escritor explorar, por isso sigo com grandes expectativas para as próximas histórias. Sobre a arte, fica evidente que as batalhas perdem impacto com Humberto Ramos. Ele tem uma boa narrativa mas o estilo ultra cartunesco não combina com os poderes variados dos X-Men. Nota 7,0.

Fabulosos X-Men 5: de Cullen Bunn e Greg Land

Magneto encara, sozinho e com um protegido à tiracolo, os perigosos Cavaleiros da Tempestade. Vale lembrar que o atual ex-vilão continua com poderes bastante diminuídos, mas mostra efetividade e inteligência, tanto no combate físico quanto no estratégico. Bunn encerra o embate entre as duas equipes de forma brutal e eficiente. O roteirista promove, ainda, um encontro com o grupo da Tempestade. Magneto é o líder deste time e também quem move a história adiante, como prova seu envolvimento com os dois mutantes que até então andavam nas margens deste título e que certamente serão o foco do próximo arco – Mística e Fantomex. Greg Land continua competente e o balanço desta primeira história dos Fabulosos é bastante positivo e, de certa forma, surpreendente. Nota 7,5.

Novíssimos X-Men 5: de Dennis Hopeless e Mark Bagley

Capítulo repleto de ação, bom desenvolvimento de personagens e arte excelente. Mesmo sendo uma parte intermediária de um arco, esta é talvez a melhor história até o momento da equipe com os mais jovens X-Men. Hopeless surpreende com uma caracterização ameaçadora e violenta de Blob, remetendo aos velhos tempos em que ele era perigoso o suficiente para enfrentar um time inteiro de heróis. Mas o melhor é que todos os personagens ganham bons momentos, como a visita de Idie à Notre Dame, os diálogos entre Homem de Gelo e o jovem Apocalipse, a reação do Fera com a praticidade dos apps, a entrega total do Ciclope à ação, com a decisão do Anjo sobre a Wolverine e, sobretudo, à arte caprichada de Mark Bagley, lembrando seus melhores momentos quando cuidava de outras equipes, como os Thunderbolts e os Novos Guerreiros nos anos 90. Mais uma vez ele cria uma splash page dupla poderosa, com os mutantes se digladiando em uma Paris cheia de vida. A equipe criativa Hopeless/Bagley mostra-se afinada. Nota 8,0.

Nota Final desta Revista: 7,5

Resenha de Guerras Secretas X-Men #4 – Panini Comics

A quarta edição especial da Panini estrelando histórias dos X-Men no Mundo Bélico das Guerras Secretas traz uma espécie de continuação da saga Programa de Extermínio, originalmente publicada em 1990 nos EUA e aqui alguns anos depois.

. Volume de Spoilers: Poucos.

X-Tinction Agenda foi o primeiro crossover envolvendo os três títulos mensais de equipes mutantes da época – X-Men, X-Factor e Novos  Mutantes – desenhados em sua maior parte por Jim Lee e Rob Liefeld e que, obviamente, estimulou a Marvel a criar outros eventos similares nos anos seguintes, como A Era de Apocalipse.

Na ocasião, os heróis enfrentam Cameron Hodge, um ciborgue que odeia mutantes e que promove uma chacina na ilha de Genosha, então um país soberano repleto de mutantes. Entre as consequências da X-Tinction Agenda original, Warlock – um alienígena tecnorgânico membro dos Novos Mutantes – foi destruído; Lupina (Rahne Sinclair) tinha ficado presa na forma intermediária de Lobisomen e tanto ela quanto Destrutor (Alex Summers) decidiram permanecer em Genosha para reorganizar e pacificar o país.

Indiretamente, uma consequência desse evento de 1990 é que ele pavimentou a transformação do título dos Novos Mutantes para a X-Force, capitaneado por Rob Liefeld. Por sua vez, essa revista vendeu tanto que estimulou o artista a criar a Image Comics com seus colegas da Marvel, incluindo Jim Lee. Enfim…

Voltando à nossa aventura mais recente, aqui a Panini inseriu a minissérie completa em 4 partes escrita por Marc Guggenheim e desenhada por Carmine Di Giandomenico. O resultado, assim com em outras releituras de sagas mutantes das Guerras Secretas é… uma bagunça!

A história começa retratando uma revolta da população mutante em uma Genosha 10 anos depois do final da saga original. Tanto Destrutor quanto Lupina continuaram na ilha, com auxílio de alguns outros X-Men, como Rictor, Karma e Blindado, este último criado especialmente para esta minissérie.

A revolta é causada por uma praga que está matando a população e deixando as economias de Genosha em um estado de Guerra Civil. Um ponto interessante é que a ilha pertence a um Domínio maior, X-Topia, que engloba outras cidades, todas de mutantes. A capital, Cidade-X, é governada pela Baronesa Fênix (Rachel Grey) e, como é de se esperar, tem seu próprio – e vasto – contingente de X-Men.

A primeira parte da história entrega até uma leitura agradável, levemente promissora, embora com aquele ar repleto de clichês típicos dos anos 90. Porém, conforme revelações vão acontecendo, e os planos para resolver os problemas, se avolumando, em situações tão esdrúxulas quanto tolas, percebe-se que o roteirista se enrolou ao cair na tentação de misturar muitas ideias e personagens em um espaço reduzido.

Em um determinado momento, por exemplo, descobrimos que o Fera desta realidade também fez experimentos com o Fluxo do Tempo e trouxe do passado X-Men mortos – apenas para “provar um ponto” de que isso era possível.

Também soa inverossímil a revelação de um traidor em Genosha, visto que ele tinha uma posição de poder elevada por anos e que ninguém, claro, percebeu. É desse vilão a concepção de dois planos malignos, ambos realmente bizarros pela complexidade e baixa chance de sucesso. Mas ele consegue o duplo feito, claro.

Mas, o pior, realmente, é o final. Sem estragar, basta dizer que o plano que os heróis elaboram para deter um poderoso inimigo é totalmente tolo. Com tanta gente poderosa, a ideia de um “sacrifício” parece gratuita, desnecessária. Se bem que, com a máquina do tempo do Fera, é só voltar uns dias e resgatar os mortos certo?

Quanto à arte, gosto bastante do estilo clean, de corpos longilíneos, de Di Giandomenico. Nas primeiras edições ele até consegue fazer um bom trabalho, mas conforme o roteiro cria novas situações rocambolescas e, principalmente, batalhas incessantes, o desenhista enfrenta dificuldades para dar coerência à narrativa.

As cores de Nolan Woodard também pecam, às vezes, no excesso de brilho. Apesar de tudo, a arte é um ponto positivo na revista. Outro é poder matar saudade, para os mais nostálgicos, de alguns personagens do jeito que eram naquele comecinho da década de 90, em especial, Destrutor, Lupina, Rictor e Vampira. O tal Blindado ganha bastante destaque no final. Há, ainda, uma pequena surpresa na última página, mas por ser uma realidade alternativa, a sensação é inócua.

Completa a edição uma historieta chamada A Última Cartada, de Sina Grace e Ken Lashley, que usa o cenário de Dias de Um Futuro Esquecido para contar um ato heroico – por amor – que envolve Psylocke e um coadjuvante. A trama é simplesmente absurda e um desserviço ao clássico revisitado.

Nota: 4,5.