Nesta quarta edição de O Velho Logan nas Guerras Secretas, a Panini incluiu o capítulo #5 da minissérie americana, Old Man Logan, mas a revista começa com duas historietas retiradas de Secret Wars Too, que de verdade não tem nada a ver com o tom da série principal, o que torna esta HQ… esquisita.
. Volume de Spoilers: praticamente zero.
Vamos lá! Antes de falarmos da história principal, precisamos comentar brevemente as duas histórias que abrem esta revista, ambas extraídas da minissérie americana Secret Wars Too, sendo uma da edição #IV e outra da #VI.
Em “Os Últimos Dias do Demo”, de Kyle Starks e Ramon Villalobos, vemos o que aconteceu com o Demo, um obscuro coadjuvante do Capitão América que brevemente participou dos Vingadores, alguns dias antes do evento da “incursão final” que levou às Guerras Secretas (a colisão das duas Terras remanescentes!). Gosto da arte de estilo alternativo do Villalobos, que combina bem com esta história totalmente despretensiosa e até bem engraçada. Duas curiosidades:o uniforme “clássico” do Demo lembra muito um dos primeiros do Wolverine e, atualmente, esse herói está participando das aventuras do Capitão América Sam Wilson.
Logo depois, em “O Urso Sem Medo” de Ryan Browne – que fez tudo: roteiro, arte e cores – nosso ilustre mutante favorito, porém de uma Terra Alternativa, tem um breve duelo com 3 versões do Ciclope, quando surge… Demoliurso, o Urso Sem Medo! Sim, vocês devem ter entendido do que se trata. Mas, acredite, a HQ fica ainda mais estranha nas páginas seguintes. A proposta é de um humor absurdo, nonsense, que me lembrou alguma coisa entre a MAD e quadrinhos alternativos dos anos 1980. Honestamente? Não gostei, e nem entendi porque a Panini a publicou aqui. Lógico que havia “espaço”, mas será que não havia nada melhor? Nestas situações ainda acho mais interessante repetir uma história antiga, de qualidade, do que preencher com experimentalismos de gosto duvidoso.
Agora sim, entramos na conclusão do arco de O Velho Logan nas Guerras Secretas.
Brian Bendis despede-se do personagem com uma história calma, sem ação – o que leva a imaginar porque na capa há a chamada “Caçada Mortal!”. Logan está agora em (uma) Nova York e parece não acreditar no que vê. Afinal, de onde vem só há ruínas desta grande metrópole. Os cenários são belamente ilustrados por Andrea Sorrentino, com as ótimas cores de Marcelo Maiolo que, aqui, voltam a casar bem com os intrincados quadros de Andrea, suas chamativas torres corporativas de Manhattan e bons momentos oníricos/telepáticos. O roteiro apresenta poucas situações concretas acontecendo, mas diálogos bem construídos, precisos, talvez a grande marca registrada do autor. Na primeira parte do capítulo, o idoso ex-Wolverine vai ter uma série de reencontros surpreendentes, mas as cenas mais interessantes ficam da metade para frente, inclusive com interligação com o final da saga Guerras Secretas.
Sem dúvida o epílogo cria uma grande oportunidade para a Marvel continuar explorando este Wolverine de um jeito diferente. No geral, esta minissérie começou instigante e repleta de ação e possibilidades, mas logo perdeu o fôlego, mudou de direção e termina de um jeito completamente diferente daquele que poderíamos imaginar. É uma HQ mediana, mas que ao menos faz jus ao estilo de narrativa que causou grande impacto na saga original, de Mark Millar e Steve McNiven.
Fica o aviso que a Panini continuou com esta revista, que virou uma mensal regular, a única surgida durante a Fase Guerras Secretas, e que perdura até hoje, na edição #19, mas, como já mencionado, sem nenhuma ligação com este grande evento Marvel: a edição brasileira passou a publicar, desde a #5, a mensal Old Man Logan escrita por Jeff Lemire e arte variada, mas que inclui também a do italiano Andrea Sorrentino; além de publicar também a mensal All-New All-Different Wolverine, com as histórias da X-23 (Laura Kinney), que assumiu a identidade de Wolverine, escritas por Tom Taylor.
Nota: 6,0.